Pró-reitora quer contribuir para políticas públicas na área de cultura e extensão

Em sua segunda gestão à frente da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, a pró-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda pretende contribuir para a formulação de uma sólida política pública para o setor

 19/03/2014 - Publicado há 10 anos
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Em sua segunda gestão à frente da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, a pró-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda pretende contribuir para a formulação de uma sólida política pública para o setor

Seguindo uma máxima de Adélia Prado – “a mulher é um ser desdobrável” –, a segunda gestão da professora Maria Arminda do Nascimento Arruda à frente da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária já começa com a tarefa de pensar, de forma colegiada, uma política pública de cultura e extensão universitária, aprofundando a institucionalização da Pró-Reitoria, além de dar a devida assistência aos vários programas, eventos, publicações e órgãos ligados a ela.

Preocupada com a institucionalização e qualificação das atividades, Maria Arminda explica que a sua primeira gestão procurou elaborar os regimentos dos diferentes órgãos da Pró-Reitoria, a fim de que estivessem sincronizados e afinados entre si. “Por ser uma Pró-Reitoria que abrange diferentes áreas e tende a uma certa fragmentação, sempre buscamos operar no mesmo registro da Universidade: do mérito e da excelência”, diz a pró-reitora.

Outro fato destacado por Maria Arminda é a formulação da política de editais para o patrimônio, acervo e memória, que permitiu que a Universidade, pela primeira vez, assumisse a devida responsabilidade por essas três áreas. “É uma das raras universidades com um patrimônio valiosíssimo e de grande envergadura. Alguns museus da USP estão situados entre os maiores do mundo. No entanto, tínhamos alguns acervos que sequer conhecíamos e pelos quais temos grande responsabilidade”, analisa.

A política de editais para a área de cultura e extensão universitária foi outra ação de grande importância, segundo a pró-reitora. Maria Arminda vê a Pró-Reitoria como o órgão responsável pela elaboração de políticas culturais e de difusão da ciência, que estão na ordem do dia nas sociedades contemporâneas. Para ela, a difusão da ciência é parte integrante dessa sociedade, constituindo-se como um direito do cidadão, o que hoje possuiu uma nova face e se denomina “cidadania cultural”.

Com relação à contenção de verbas anunciada pela gestão do reitor Marco Antonio Zago, Maria Arminda afirma ser uma decisão que impacta toda a Universidade, e que não deve ser vista como algo ruim, mas que vai levar a USP a se voltar mais ainda para a sua natureza primeira – o ensino, a pesquisa e a extensão.

Sobre as unidades sob sua responsabilidade que se encontram em processo de reforma e restauro, como a Estação Ciência, Maria Arminda lembra que já foram estabelecidas equipes para buscar financiamentos externos à USP, através da Lei Rouanet, por exemplo, com o objetivo de dar continuidade às obras.

Tenda – Quanto à Tenda Cultural Ortega y Gasset, concebida como um espaço de vanguarda para abrigar eventos que a USP ainda não tem onde realizar, também está sendo repensado de que maneira poderá ou não continuar. Maria Arminda faz questão de lembrar que a Tenda está com lotação quase total aos finais de semana e tem se mostrado uma boa opção para receber eventos de destaque.

Lembra também que programas como o da Universidade Aberta à Terceira Idade – “sucesso absoluto”, com 21 anos de trajetória –, A USP e as Profissões, que chegou em 2013 com quase 60 mil visitantes, Nascente (que revelou vários artistas consagrados hoje, nas áreas de literatura, artes, música), Aprender com Cultura e Extensão e o Núcleo dos Direitos serão mantidos e também buscarão se manter ativos através de financiamentos externos.

“Por ser a extensão o universo da qualificação profissional, vamos incrementar mais ainda essa área nesta nova gestão, não só revelando o que a Universidade faz através de publicações, mas também aperfeiçoando a construção da normatização da extensão”, ressalta Maria Arminda.

Maria Arminda afirma que dará inicio ao processo de avaliação de toda a Pró-Reitoria. A avaliação será um processo que passará primeiramente pelas quatro câmaras ligadas ao setor – Câmara de Ação Cultural e Extensão Universitária, Câmara de Avaliação dos Naces (Núcleos de Apoio à Cultura e Extensão), Câmara de Cursos de Extensão e Câmara de Formação Profissional – e, depois, por especialistas das diferentes áreas. “Se conseguirmos realizar essa avaliação com sucesso, a Universidade mudará sua face na área de cultura e extensão e será, de fato, um agente e ator que participa da elaboração de políticas públicas para o setor”, acredita Maria Arminda.

A pró-reitora pede para deixar claro que a atividade social da USP não se confunde com assistencialismo. A Universidade se diferencia por ser uma agência de elaboração de políticas públicas nas áreas de cultura e extensão. “Quando falo que é preciso ter um projeto de cultura e difusão da ciência, portanto, de extensão, que seja uma política da Pró-Reitoria que possa ser estruturada e projetada para a sociedade. A ideia é terminar o mandato com uma política pública de cultura e extensão universitária sólida”, planeja.

Para Maria Arminda, assumir o segundo mandato é muito mais difícil, pois sabe que será mais cobrada e que precisa se superar e inovar. Encara o desafio com muito bom humor e deixa claro que não gosta da rotina burocrática. Só aceitou o convite do reitor Marco Antonio Zago porque, mesmo existindo essa rotina, há um projeto maior para ser trabalhado. “Não quero ficar apenas alimentando a burocracia. Aliás, quero reformar esse processo para diminuir a burocracia da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária”, finaliza, sorridente.

(Matéria publicada no Jornal da USP, edição nº 1.025, 17 a 23 de março de 2014 / Foto: Cecília Bastos)


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