Blog
Encontro mostra como os Centros de Estudos da USP atuam nos grandes temas da sociedade
Multidisciplinares, sete grupos de pesquisadores já atuam de forma avançada na busca de propostas e soluções para o Brasil e para o mundo
Reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior (em pé, à direita), na fala de abertura do evento, destaca a criação dos novos Centros de Estudos da USP - Foto: Marcos Santos/USP Imagens
“A criação destes centros de estudos representa um novo modo de fazer pesquisa e ensino” disse o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, na abertura do encontro Centro de Estudos: agendas globais na pauta da USP, realizado na segunda-feira, 8 de abril, no Centro de Difusão Internacional (CDI) da USP, com a presença de agentes de governos, instituições de saúde, fundações não governamentais e outras universidades, além de pesquisadores da própria USP.
O objetivo do encontro foi apresentar à sociedade como a Universidade está tratando os grandes temas que são relevantes para a população por meio dos sete Centros de Estudos que a USP já criou até o momento: Amazônia Sustentável (Ceas), Carbono em Agricultura Tropical (CCarbon), Agricultura Tropical Sustentável (Stac), Gases de Efeito Estufa (RCGI), Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão (C2PO), Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquinas (CIAAM) e Observatório das Instituições Brasileiras (COI).
“Já temos vários modelos existentes de pesquisa aqui na Universidade e estes novos formatos, complementares, não substituem os outros, mas seguem uma tendência mundial de criar centros temáticos interdisciplinares, envolvendo muitas vezes agentes externos à Universidade, para fazer uma pesquisa de ponta, que agrega várias áreas do conhecimento e trabalha com mais autonomia para poder agilizar a sua pesquisa e lidar com parceiros”, acrescentou Carlotti, na sua saudação. Trata-se, segundo ele, de um modelo com grande probabilidade de gerar pesquisas disruptivas. “Esse conjunto de centros ainda poderá ser expandido, pois temos mais espaço para chegar ao final desta gestão com cerca de dez centros, sempre tendo como critério a qualidade das propostas e um grupo de pesquisadores afinados com o programa.”
Os Centros de Estudos da USP são todos vinculados à Reitoria da USP e têm como principal característica a atuação multidisciplinar no ensino, na pesquisa e na extensão, com a possibilidade de atuação de pesquisadores e professores de diversas áreas, externos ou não à USP, do Brasil ou do exterior. Em sua estrutura, os centros contam com comitês gestores, conselhos consultivos e comissões temáticas.
A reunião foi aberta pelo coordenador dos Centros de Estudos da USP, José Sebastião dos Santos, que comentou sobre a relevância dos assuntos tratados pelos grupos de pesquisa: “Eles colocam na pauta da Universidade agendas que têm interesse para o Estado de São Paulo, para o Brasil e para o mundo todo, pois são temas que se relacionam com a vida humana e do planeta e trazem uma convergência muito grande para as grandes discussões, sendo tratados por lideranças acadêmicas muito reconhecidas”.
Já o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago, lembrou sobre o desafio da permanente reinvenção das universidades: “O mundo mudou muito na última década, e o desafio das Universidades é buscar soluções para melhorar a sociedade e as políticas públicas, mas fundamentar essas soluções no conhecimento não com os olhos no passado, no que um dia já foi feito. A USP tem uma história de 90 anos de sucesso e nesses anos fez São Paulo e o Brasil melhores e maiores. Esse é o nosso passado, de que nos orgulhamos, mas devemos melhorar o presente e o futuro. Estes centros são uma estratégia da Universidade para organizar ainda melhor o seu valioso capital humano, que é o que ela tem em quantidade e qualidade excepcional, todos com foco em temas altamente relevantes no contexto global e nacional”.
O superintendente federal em São Paulo do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Guilherme Campos, afirmou que, se hoje o Brasil é uma potência no agro, isso é resultado do trabalho dos pesquisadores: “Temos visto uma reinvenção do campo no mundo e especialmente aqui no Brasil, e é graças a todos vocês que hoje o Brasil é inovador, empreendedor, protagonista e campeão; um país que hoje sustenta grande parte da humanidade. São os institutos de pesquisa que trabalham na inovação e na revolução que acontece no campo, não só na alimentação, mas agora também com a revolução da energia, na qual o Brasil vem se destacando e é um caso de sucesso em relação à solução para descarbonização. Hoje o Brasil não é mais o celeiro do mundo, mas sim o supermercado do mundo, agregando valor aos produtos e levando a proteína animal e os grãos de uma maneira já mais elaborada, gerando mais renda para o produtor e para o Brasil“, comemorou.
Ao longo da manhã, os representantes de cada um dos centros fizeram uma apresentação aos presentes a respeito de suas missões, objetivos, resultados e desafios.
Após as apresentações realizadas, o público pôde conversar de forma mais próxima com as equipes dos centros em espaços especiais montados no saguão do CDI.
Este encontro foi o primeiro da série Futuro da Ciência no Brasil, um ciclo de eventos acadêmicos que a USP realizará mensalmente no primeiro semestre deste ano.
Veja nos vídeos abaixo quais são os centros de estudos, quais seus objetivos e por quem foram representados no encontro:
Amazônia Sustentável (Ceas)
“Propomos promover a produção, integração e disseminação da ciência, por meio de abordagens inter e transdisciplinares relacionadas ao ensino, à pesquisa e à cultura e extensão, para o desenvolvimento sustentável da região amazônica, levando em conta sua biodiversidade, complexidade dos processos sócio-físico-químicos e biológicos, a diversidade étnica e populacional, assim como as questões socioeconômicas.”
Paulo Artaxo, coordenador
Carbono em Agricultura Tropical (CCarbon)
“Trabalhamos com a missão de desenvolver soluções inovadoras e estratégias baseadas em carbono para uma agricultura tropical mais sustentável, que auxilie com ações de mitigação e adaptação frente às mudanças climáticas, melhorando as condições e padrões de vida da sociedade.”
Carlos Eduardo Cerri, coordenador
Agricultura Tropical Sustentável (Stac)
“O centro pretende desenvolver diagnósticos e prognósticos com enfoque em segurança alimentar e alimento seguro, referentes à participação do Brasil na produção de alimentos no mundo, e na proposição de soluções estratégicas em projetos articulados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).”
Durval Dourado Neto, coordenador
Gases de Efeito Estufa (RCGI)
“Estamos focados na redução das emissões de gases de efeito estufa por meio de pesquisa e inovação com abordagem transdisciplinar: pesquisadores e especialistas de diferentes áreas do conhecimento unem esforços para encontrar soluções. Com investimento de longo prazo em pesquisa, oferecemos um apoio efetivo ao Brasil na sua consolidação como potência global em energias renováveis.”
Julio Romano Meneghini, coordenador
Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão (C2PO)
“Cânceres são doenças muito diversas, que atingem populações muito diferentes e que podem mudar ao longo do tempo em um mesmo indivíduo. São centenas de doenças que representarão a principal causa de morte até a metade do século 21 no mundo todo. Para lidar com isso, é necessário ter diagnósticos e tratamentos de precisão que, por um lado, oferecem menor toxicidade aos pacientes mas, por outro, trazem o desafio do custo.”
Roger Chammas, coordenador
Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquinas (CIAAM)
“Apoiar a USP nas atividades de ensino, pesquisa, inovação e cultura e extensão em inteligência artificial e aprendizado de máquina em um cenário mundial de maior poder computacional, mais dados e grande circulação de ideias que trazem sucesso surpreendente e real impacto na qualidade de vida. Ao mesmo tempo, é necessário lidar com preocupações sobre riscos e consequências. Mundialmente, o tema está no centro de discussões sobre regulação.”
Fabio Cozman, coordenador
Observatório das Instituições Brasileiras (COI)
“A ciência deve tornar a vida das pessoas melhor e este centro, o único na área das ciências sociais, institucionaliza o nosso compromisso com uma sociedade mais justa. Estamos imersos em muitos problemas relacionados às várias dimensões institucionais que todas as esferas das nossas vidas possuem e o Observatório trabalha em todas elas, já que se trata de uma observação que vai muito além do sentido passivo: ela é crítica, prospectiva e propositiva.”
Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-coordenadora
*Estagiária sob supervisão de Simone Gomes de Sá
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.