Debates promovidos pelo NEV-USP irão discutir como as desigualdades impactam o futuro das crianças

Evento promovido pelo Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP reúne diferentes pesquisadores que irão apresentar estudos e perspectivas sobre as trajetórias das desigualdades no Brasil e ações que poderão servir como resposta na promoção de direitos humanos, sobretudo às crianças

 17/10/2022 - Publicado há 2 anos
Eventos contam com o apoio do programa Cidades Globais, do IEA – Fotomontagem com imagens de Wikimedia Commons e Flickr por Rebeca Fonseca

 

Nos dias 20 e 25, o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, que atua como Centro Colaborador da OMS, promove dois debates on-line. No dia 20, próxima quinta-feira, a partir das 14 horas, será Sobre as Desigualdades: Trajetórias e condicionantes socioterritoriais. Já no dia 25, serão discutidas Emergências Humanitárias: Ações públicas e populares (e as crianças?).

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Como as crianças podem participar da transformação do espaço urbano?

Os eventos contam com o apoio do programa Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP e serão transmitidos pelo canal do NEV no Youtube. Haverá emissão de certificados para quem participar ao vivo, na qual a lista de presença em formulário, cedida pelos organizadores, será enviada durante as discussões.

Uma das propostas do evento no primeiro dia é debater as múltiplas faces que as desigualdades, seja renda, educação, gênero, etnia, acessos a serviços e participação política. A partir disso, segundo os organizadores, examinar essa questão e as múltiplas dimensões que a circundam é essencial para entender as trajetórias das desigualdades, que no Brasil se manifestam de forma mais complexa.

Neste dia estarão presentes Marta Arretche, professora titular do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e diretora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) da mesma Universidade. O CEM reúne pesquisadores de diferentes instituições, como USP, Unifesp, FGV e Insper, visando a contribuir para os debates nacionais e internacionais sobre desigualdades sociais e espaciais e, para tal, abrangem comparações entre contextos urbanos e metropolitanos de diferentes regiões do Brasil e de outros países.

Junto à professora Marta estará Aldaíza Sposati, titular do corpo docente permanente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, onde coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Seguridade e Assistência Social (Nepsas). 

Ambas as professoras têm se dedicado a compreender a trajetória das desigualdades no Brasil e como as transformações sociais, econômicas e políticas das metrópoles contemporâneas, dando ênfase ao caso brasileiro, têm contribuído para elucidar as dimensões relacionadas ao acesso dos cidadãos ao bem-estar. As pesquisas desenvolvidas por elas estão direcionadas aos mecanismos de produção e reprodução das desigualdades sociais ligadas à ação do Estado, da inserção nos mercados de trabalho e nas dinâmicas da sociabilidade e na garantia dos direitos humanos.

O futuro das crianças

Já no segundo dia, a ideia é discutir os desafios, avanços, necessidades e limitações da gestão do ambiente urbano em grandes metrópoles com destaque à exposição de crianças e adolescentes às violações de direitos. Assim, propõe-se dialogar a respeito das crises humanitárias geradas por eventos climáticos extremos, frutos das desigualdades, bem como sobre as ações e as relações entre os agentes públicos de saneamento, saúde, defesa civil e segurança pública responsáveis por ações preventivas e emergenciais e como essas questões impactam o futuro das crianças.

Ariel Pontes coordenou o Programa Internacional de Restabelecimento de Laços Familiares (RLF) pela Cruz Vermelha Brasileira, na filial do Rio de Janeiro – Foto: Arquivo pessoal

Neste momento estarão presentes Ariel Pontes, psicóloga e pesquisadora na área da Psicologia em Emergências e Desastres pelo Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Saúde em Emergências e Desastres (Gepesed) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente ela é integrante da Comissão Especial de Emergências e Desastres do Conselho Regional de Psicologia do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo ela, a psicologia pode ser implementada em todas as fases da gestão integral de riscos e desastres, pois se relaciona com a vulnerabilidade tanto do local atingido, a capacidade e recursos do local, dos afetados e das equipes de apoio. Assim, Ariel acredita que a atuação desta área é imprescindível para minimizar as demandas ligadas às possibilidades de violações de direitos de crianças e adolescentes, tais como violência sexual, negligência, trabalho infantil, práticas de ato infracional e uso de droga.

“É de suma importância que possamos discutir, sobre os cuidados oferecidos às crianças que vivem em áreas de risco para desastres, além dos cuidados em saúde mental e a proteção e garantia de direitos humanos, para o bem-estar infantil e pleno desenvolvimento físico, cognitivo, social, espiritual e emocional de crianças no contexto de riscos e desastres”, a pesquisadora diz.

Junto a ela estará Bernardo Dolabella, psicólogo e pesquisador do Núcleo de Saúde Mental e Atenção Psicossocial em Desastres e Emergências em Saúde Pública (NUSMAPS) da Fiocruz. Esse núcleo desenvolve pesquisas a partir do diálogo interdisciplinar na área de Saúde Mental e Atenção Psicossocial (Smaps) em desastres para preparar a saúde pública e oferecer informações seguras, inovadoras e articuladas com o SUS em diversas regiões do Brasil e em diferentes tipologias de desastres.

 


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