Engenharia genética busca maneiras de trancar o HIV dentro das células e eliminá-lo

USP se une a um projeto de pesquisa global para desenvolver novas técnicas para eliminar, nos pacientes, o vírus que pode levar à aids

 04/10/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 05/10/2021 as 13:20
A natureza do vírus HIV é um dos fatores que dificultam a descoberta da cura – Foto: C. Goldsmith Content Providers: CDC/C/Domínio público via Wikimedia Commons
Logo da Rádio USP

O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) se une à rede global em nova abordagem para a cura do HIV. A pesquisa, através da engenharia genética, busca maneiras de “trancar” o vírus dentro das células e alterar e eliminá-lo dos pacientes definitivamente. Hoje, o HIV pode ser controlado por meio de medicação, mas não totalmente eliminado. 

“Eliminar o vírus do HIV das pessoas não é uma coisa impossível”, contou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição o professor Esper Kallás, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP e infectologista coordenador do Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas. Segundo o professor, a natureza do vírus HIV é um dos fatores que dificultam a descoberta da cura. Por se tratar de um retrovírus, o HIV, ao infectar uma célula, altera o material genético dela, inserindo-se no DNA da pessoa.

A pesquisa da qual a USP faz parte pretende desenvolver uma técnica que se aproveita da própria natureza do vírus para eliminá-lo. A técnica consiste em “trancá-lo” dentro da célula infectada para impedir sua reprodução, identificar no DNA da pessoa com o vírus o material genético do HIV e removê-lo. A remoção será feita através das técnicas de epigenética, que é o uso de moléculas que podem modificar como os genes são lidos sem alterar o DNA, e o CRISP, uma técnica de edição genética de alta precisão para alterar o DNA. 

No Brasil, a pesquisa objetiva, em um primeiro momento, identificar pessoas com o vírus que tenham baixos níveis de manifestação e estudar o comportamento do HIV em seus organismos. O estudo também pretende observar a utilização de medicações para combatê-lo. Conforme explica o professor, o intuito é começar a construir estudos clínicos para tentar entender como essas medicações agem na codificação do vírus. “É um processo, como toda ciência, difícil e que requer uma série de coordenações entre vários dos participantes”, conclui Kallás.


Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.