Em desafio internacional estudantes propõem playground interativo para gerar iluminação em favelas 

A ideia surgiu durante a participação dos estudantes na terceira edição do Global Challenge Lab, que reuniu estudantes de 18 universidades, incluindo da USP, em busca de soluções sustentáveis

 30/08/2023 - Publicado há 1 ano
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A favela da Rocinha, com cerca de 70 mil habitantes pode ser uma das beneficiadas pelo projeto dos estudantes – Foto: Chensiyuan via Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

Seis estudantes de graduação, incluindo Pedro Baron Drudi, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP, ficaram entre os seis finalistas do concurso internacional Global Challenge Lab 2023, com a proposta de um playground interativo para gerar iluminação em favelas do Rio de Janeiro. 

O concurso internacional Global Challenge está em sua terceira edição e busca soluções relacionadas ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) número 7: Energia limpa e acessível. É uma iniciativa coordenada pelo Imperial College London, no Reino Unido, a Tsinghua University, da China, e a Technical University of Munich, na Alemanha.

Durante o período de 6 a 18 de julho, estudantes de instituições parceiras das organizadoras puderam, em grupos de até seis pessoas, desenvolver projetos relacionados ao tema do concurso. O desafio ofereceu também palestras, workshops e mentorias para ajudar na construção dos projetos desenvolvidos. 

O projeto do estudante da USP foi desenvolvido com outros cinco graduandos, Ingrid Wong e o Michael Luciuk da Universidade de Toronto, Zoe Hua da Universidade de Durgam, Calista Lee da Imperial College London e Makafui Frederick Hayibour, da Universidade de Gana.

Pedro Baron Drudi, da FEA-RP, finalista do concurso internacional Global Challenge Lab 2023. Imagem: Arquivo Pessoal

Pygene, um playground interativo

Batizado de Pygene, que remete à geração de energia, segundo Drudi, a proposta dos graduandos foi escolher seguir o caminho da acessibilidade e desenvolver, durante as duas semanas de desafio, um projeto para promover energia acessível para aqueles que não têm acesso a uma boa infraestrutura.

“Um dos estudantes que estava junto com a gente, o Michael que cursa engenharia, surgiu com a ideia de um playground interativo que gerasse energia”, contra Drudi. O estudante brasileiro logo pensou que o projeto se encaixaria no contexto das favelas do Rio de Janeiro, que sofrem com muitos problemas em relação ao acesso a energia e o cuidado do governo de uma maneira geral.

Após definirem qual seria o projeto, cada participante do grupo contribuiu dentro da sua área de formação. “A intenção foi trazer um time diverso, tanto em lugares do mundo, quanto em cursos, para a gente conseguir chegar na melhor resposta para a solução do nosso problema”, afirma o estudante da USP.

Durante as duas semanas, com a ajuda dos workshops e mentorias, o grupo dividiu os trabalhos e realizaram o máximo de pesquisa de dados para conseguir desenvolver os projetos. A maior parte das informações foram coletadas a partir de um documentário sobre a Favela do Sereno, no Rio de Janeiro, e também de uma rede de favelas sustentáveis, na qual diversas comunidades podem se inscrever.

Após muita pesquisa, foi criado o ‘Pygene’, um playground interativo, com o intuito de levar um gira-gira para as favelas que gerasse energia e pudesse acender o playground durante a noite. “O documentário sobre o Morro do Sereno, mostrou que 72% dos moradores não se sentiam seguros de noite por conta da falta de iluminação”, contextualiza Drudi.

Com a instalação do playground além da geração de energia e da contribuição para o sentimento de segurança dos moradores, seria um espaço de interação e pertencimento. “Dessa forma eles podem ver a capacidade e a potência deles de gerar energia limpa e melhorando a sua comunidade”, acrescenta.

Iniciativa reconhecida

No total foram 68 projetos submetidos no concurso e o grupo do brasileiro conseguiu chegar entre os seis finalistas. O estudante da USP ressalta a importância do reconhecimento para as comunidades, de mostrar ao mundo o que elas são e representam no contexto social brasileiro.

Além disso, diz Drudi, o projeto mostra a potência e a capacidade da Universidade de São Paulo de pensar em soluções para os problemas estruturais que o País enfrenta. A iniciativa do playground, busca, não só levar energia para as comunidades, mas incluir os moradores na geração de energia e na melhoria do seu espaço.

Apesar de não conseguirem ficar entre os três finalistas, que receberam a premiação do concurso, o grupo do brasileiro acredita que este é um projeto que dá visibilidade às pessoas normalmente esquecidas e pode, no futuro, colocar em prática a ideia do playground interativo, junto com a colaboração de parceiros.

Conheça a proposta dos estudantes aqui.

*Estagiária, com orientação de Rose Talamone


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