O Cinema da USP (Cinusp) segue até o dia 2 de junho com a mostra Vim e Irei Como Uma Profecia. A programação irá se dedicar a esse momento singular: a obra final, o último filme realizado por grandes cineastas de diferentes gerações e nacionalidades. As sessões são realizadas de segunda a sexta-feira, às 16h e às 19h, no Centro Cultural Camargo Guarnieri, e aos sábados e domingos, às 16h e 18h, no Centro Cultural MariAntonia. A entrada é gratuita e aberta ao público mesmo sem vínculo com a USP
As obras se dividem em dois eixos. De um lado, há o que a curadoria chama de “filme testamento”, obras de maturidade, que coroam conscientemente o fim de uma longa caminhada do cineasta, como em A rotina tem seu encanto, de Yasujiro Ozu, Madadayo de Akira Kurosawa, Encarnação do demônio de José Mojica Marins, e Aqueles encontros com eles de Danièlle Huillet e Jean-Marie Straub, com debate no dia 28 de maio com a professora Dalila Camargo Martins. A pesquisadora possui doutorado em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações Artes (ECA) da USP, com tese sobre o “realismo negativo” de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub. Atualmente, é professora de Audiovisual e Pensamento no Senac e de História do Cinema na AIC, além de ser curadora do Cineclube Disgraça (CCSP).
O outro eixo da mostra é o conceito de “estilo tardio”, filmes em que há uma fragmentação do estilo do cineasta, e muitas vezes realizados sem a consciência de serem o último da filmografia. Exemplos são O signo do caos e Não é um filme caseiro, de Akerman. Certas vezes, o último filme é dotado de uma nova linguagem ou técnica na filmografia do realizador, o qual a morte repentina interrompe seu desenvolvimento. São os casos de Ivan, o terrível de Sergei Eisenstein, Querelle de Rainer Werner Fassbinder e de Beaubourg, de Roberto Rossellini. que aposta no uso vertiginoso dos travellings com zoom.
Após a sessão do último filme de Rosselini e O Olhar de Michelangelo, às 16h, do dia 27 de maio, ocorrerá o debate com Ricardo Nascimento Fabbrini, professor livre-docente no departamento de filosofia da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Especialista na área de estética, filosofia da arte, arte moderna e arte contemporânea. Autor dos livros “Arte Contemporânea em Três Tempos”, “O Espaço de Lygia Clark” e “A Arte Depois das Vanguardas”.
Serviço
A mostra “Vim e Irei Como Uma Profecia” segue até 2 de junho. O Cinusp funciona de segunda a sexta-feira, com sessões às 16h e às 19h no Centro Cultural Camargo Guarnieri que fica na Rua do Anfiteatro 109, campus Butantã da USP. Aos sábados e domingos, são realizadas às 16 e 18h no Centro Cultural MariAntonia, na Rua Maria Antonia, 294, na Vila Buarque, próximo as estações Santa Cecília e Higienópolis do Metrô.
Texto Equipe Cinusp com revisão de Elcio Silva.
