Testagem periódica para o coronavírus é essencial no controle da pandemia

Cássia Mendes Corrêa recomenda que todos que tiveram contato com alguém infectado deveriam estar isolados e procurar realizar o teste, pois a transmissão do vírus começa cerca de dois dias antes dos sintomas

 09/03/2021 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 11/03/2021 às 19:16

 

Todos os que estão na linha de frente da atuação comunitária devem ser testados para o coronavírus de forma periódica – Fotos: Caio de Biasi/MS

 

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Todos os que estão na linha de frente da atuação comunitária devem ser testados para o coronavírus de forma periódica, para que os infectados sejam isolados de suas atividades caso haja confirmação da infecção. Os testes para Sars-Cov-2 permitem a triagem das pessoas assintomáticas e a identificação dos sintomáticos. Existem também os testes sorológicos, que indicam se a pessoa teve contato com o vírus no passado. De modo geral, os testes não mudaram a sua essência, mas foram aprimorados com o tempo.

A professora Cássia Mendes Corrêa, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina e diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP, explica ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição a importância dos testes para o controle da pandemia. Um dos testes mais populares, o PCR, é feito via swab nasal ou pela saliva e identifica a presença do vírus no momento presente, ou seja, aponta se a pessoa está ou não infectada pela covid. Caso seja necessário saber a variante, a cepa que está envolvida, o teste mundialmente realizado é o sequenciamento viral, uma técnica muito cara. “Um teste que foi desenvolvido no Instituto de Medicina Tropical por uma investigadora do nosso laboratório, Camila Romano, e aponta na hora se aquele é um vírus de uma variante de preocupação ou se é um vírus ancestral”, conta a professora. Ou seja, graças a esse avanço, é possível identificar a variante num único teste PCR.

Em relação aos testes IgG e IgM, são dados de um teste sorológico, ou seja, é identificado o tipo de anticorpo presente no sangue coletado. O anticorpo pode ser da classe IgG, que significa que o testado teve contato com a infecção há algum tempo (de dez dias a seis meses, por exemplo), e da classe IgM, que significa que a infecção tem altas chances de estar presente (uma infecção aguda).

A professora Cássia afirma que uma alternativa mais realista, que atingiria um maior número de pessoas, seria afastar imediatamente as pessoas que apresentam qualquer sintoma gripal. “Essa é a orientação mais importante de todas porque estou todos os dias me encontrando com alguém que diz que testou positivo e que ficou em casa por um ou três dias e não tomou mais nenhum cuidado, não procurou orientar as pessoas com quem esteve nos últimos dias”, conta. A transmissão do vírus começa cerca de dois dias antes dos sintomas, de forma que todos que tiveram contato com alguém infectado deveriam estar isolados e procurar realizar o teste. A professora fala ainda em “exaustão emocional” na sociedade, que faz com que as pessoas negligenciem ao máximo as medidas de segurança, agindo como se o perigo não existisse.


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