Segundo o doutor em Ciência Política pela USP, Humberto Dantas, há dois fatores que dificultam uma visão mais clara do cenário político para o ano que vem. Diante de um presidente impopular, a máquina do governo central não vai aparecer como determinante na campanha. Assim, o candidato a ser apoiado por Temer vai evitar expor esse auxílio. Outro aspecto é o distanciamento da população em relação à política, enquanto os partidos controlam os maiores recursos para as campanhas. Dessa forma, as campanhas continuarão curtas e as votações determinadas pelo dinheiro gasto, enquanto a crise de representatividade tende a continuar.
Além disso, a dinâmica eleitoral depende de questões ainda não definidas, como a participação de Lula, por exemplo. Para Dantas, a presença de Lula desloca a disputa para um “ataque contra defesa” centrado no petista. Já Marina e Bolsonaro não conseguiriam vencer pela falta de recursos de seus partidos.
O professor defende também que a principal mudança que o eleitorado precisa é de melhores votos nos cargos legislativos.
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