Núcleo de Pesquisas para a Mineração da Escola Politécnica da USP (NAP-Poli) realizou missão na Colômbia para conhecer e aprimorar as experiências de mineração responsável, com a coexistência entre pequenos mineiros e grandes empresas. A cidade de Antioquia, Colômbia, foi a escolhida para receber pesquisadores para o desenvolvimento de alternativas em mineração, a partir da troca de experiências entre os países com realidades distintas.
No modelo empreendido pelos pesquisadores da Poli, as práticas focaram nas pequenas minerações, que, só no Brasil, correspondem a mais de 85% da atividade mineradora. O modelo desenvolvido da prática correspondeu a minerações de pequeno e médio porte e pautou-se nas dinâmicas de trabalho cooperativo e grupos de apoio, associados ao desenvolvimento e inovação, “que sejam adequadas ao contexto local ambiental e até às características técnicas desse tipo de operação”, adiciona Carlos Henrique Xavier Araújo, engenheiro de Minas e pesquisador do NAP.
Houve então um acompanhamento mais ostensivo, a partir de financiamentos do fundo EGPS do Banco Mundial, das regiões de Peixoto Azevedo, em Mato Grosso, na região do Tapajós, que abrange porções do Estado do Pará, e no distrito de Lourenço, Amapá. A mineração de pequeno porte de ouro se caracteriza como atividade econômica principal nesses locais e, por isso, foi preciso identificar metas para propor recomendações em iniciativas em pesquisa, a fim de preparar garimpeiros e mineiros “com foco na sustentabilidade” e na “mineração responsável”.
Esse formato, além de proporcionar uma troca de experiências, fomenta também pesquisas em mineração. Os primeiros objetivos da metodologia aplicada foram a capacitação de cooperativas de garimpeiros, para fazer parcerias com o setor privado e adotar práticas mais responsáveis na atividade.
Expansão da metodologia e resultados
Um modelo similar foi implementado na Colômbia, em que a coexistência de pequenos mineradores e grandes empresas foi pensada para “trazer a formalização da atividade de pequena mineração no país”, explica Araújo. Ele também destaca que, nesse caso, a coexistência surge a partir de contratos baseados em tipos de atividades a serem desenvolvidas pelo minerador.
Com as pesquisas focalizadas, ele ressalta que é possível observar mais alternativas em mineração, melhorando, por exemplo, a “parte do processamento do bem mineral”. E, na Colômbia, isso foi possível com a integração da equipe dos pesquisadores da USP e das lideranças das cooperativas de mineração, que resultaram em dois principais resultados, como ressalta Oswaldo Simonsen Nico, também engenheiro e pesquisador do NAP-USP: o desenvolvimento de pesquisas e metodologias em novas técnicas e a preocupação com os trabalhadores do setor.
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