Em sua coluna semanal para a Rádio USP, o professor Ricardo Alexino Ferreira expressa o temor de que a Lei 10.639 – que determina o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira – possa deixar de fazer efeito e ser revogada. Paira sobre a lei, de acordo com ele, a sombra de uma posição retrógrada que vem assumindo contornos cada vez mais nítidos, que é a dos movimentos conservadores e religiosos. “Nas escolas, professores evangélicos, católicos conservadores e de outras tendências mais fundamentalistas se recusam a dar o conteúdo da disciplina”, diz.
Do outro lado da moeda, alunos – também de religiões mais fundamentalistas – se recusam igualmente a fazer trabalhos de disciplinas que abordem matrizes africanas, sob a alegação de que ferem os seus princípios religiosos. Segundo o colunista, a queda de braço constante vem desde a promulgação da Lei 10.639, percorrendo os últimos 14 anos.