Pedro Dallari, na coluna desta semana, trata do tema Jerusalém. O governo Bolsonaro, em 31 de março, assinou os papéis de abertura de um escritório de representação. Isso, como se sabe, deu margem a muita controvérsia. De um lado, houve um recuo do governo brasileiro, que vinha afirmando pretender mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Por outro lado, a própria instalação do escritório foi alvo de crítica, pois representaria uma mudança da posição tradicional do Brasil – que, aliás, é a mesma da imensa maioria dos países do mundo.
Cabe, diz Dallari, “até para que os ouvintes entendam a controvérsia, explicar um pouco a situação. Jerusalém é a cidade sagrada das grandes religiões monoteístas (cristianismo, judaísmo e islamismo). Até 1918, com a 1ª Guerra Mundial, a cidade estava sob o império otomano. Com o fim da guerra e a derrota otomana, Jerusalém, assim como toda a Palestina, ficou sob protetorado inglês, que se estendeu até 1948, quando uma resolução da ONU estabeleceu a criação do estado de Israel. Estabeleceu o documento também que Jerusalém, justamente por este caráter sagrado de árabes, judeus e cristãos, teria um status internacional, o que não foi observado. No ano seguinte, estourou a guerra na região e, ao final do conflito, Israel ficou com o controle da metade ocidental da cidade e a Jordânia, país árabe, com a metade oriental”. Em 1967, com a chamada Guerra dos 6 Dias, Israel anexou toda Jerusalém. Em 1980, uma decisão unilateral israelense determinou que Jerusalém seria a capital de Israel. Acompanhe o comentário, na íntegra, pelo link acima.