Instituto do Câncer de São Paulo terá novo centro de transplante de medula óssea

Paulo Hoff conta como a unidade reduzirá o gargalo no número de atendimentos aos pacientes com cânceres de sangue

 25/07/2022 - Publicado há 2 anos
Foto: Diogo Moreira/Gesp via Fotos Públicas

O novo centro para transplantes de medula óssea aumentará a capacidade de procedimentos por ano. O tratamento é importante para a redução das mortes causadas por neoplasias hematológicas, como leucemias e linfomas, e sólidas, como o câncer de testículo. Também será construída uma unidade específica para o tratamento de leucemias agudas. Parte do maior complexo especializado em Oncologia da América Latina tem previsão de entrega da unidade para o início de 2023.

Paulo Hoff – Foto: Alesp

Essa ampliação responde ao aumento da incidência de câncer no Brasil em meio a filas no atendimento a essa necessidade. “Especialmente na grande São Paulo, há uma falta de estrutura para se fazer transplante de medula óssea que atenda a todos os pacientes”, afirma Paulo Hoff, professor do Departamento de Radiologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da USP e presidente do Conselho Diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, que pertence ao complexo do Hospital das Clínicas, em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição.

Contando os já existentes, 40 leitos estarão disponíveis para os tratamentos ofertados pelo novo centro. Desses, oito estão reservados para os níveis de maior complexidade do transplante de medula, que exigem mais infraestrutura e pessoal. Nesses, “você elimina o sistema imune do próprio paciente e dá a ele o sistema imune de outra pessoa”, explica o professor.

Crucial para a cura

“Quando nós falamos em questão de cura, é importante lembrar que, para muitos pacientes, o transplante de medula é a diferença entre a cura ou falecimento pela doença”, afirma Hoff ao destacar a importância da iniciativa.

A unidade também terá condições de aplicar a terapia CAR-T Cell, imunoterapia, que é uma nova modalidade de tratamento com taxa de cura de 80% das neoplasias. Nela, “você pega o sistema imune do paciente, o transforma em laboratório, [em que] você adiciona ferramentas que permitem que ele cace as células cancerosas dentro do paciente, depois você retorna essas células”, explica o professor. O procedimento tem o apoio do Instituto Butantan.


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