O agrotóxico mais usado no Brasil e no mundo volta a sentar no banco dos réus, nos Estados Unidos, acusado de ter participação importante no desenvolvimento de um câncer, o linfoma não Hodgkin, em um idoso que vive na Califórnia. A decisão do júri é contestada pela Bayer, grupo alemão responsável pelo produto.
O vilão em questão é o herbicida Roundup, produzido à base do glifosato, um composto usado para matar ervas daninhas que competem com as culturas e comprometem a produção agrícola.
Em 2015, a Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer, da Organização Mundial da Saúde, soltou documento em que afirma que o glifosato é provavelmente cancerígeno para humanos.
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos rebateu, dizendo que é seguro quando usado com cuidado. A verdade é que não há estudo científico que comprove que o Roundup provoque câncer, por isso a decisão do júri, da qual cabe recurso, foi equivocada.
Essa é a visão do engenheiro agrônomo José Otávio Machado Mentem, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), de Piracicaba. Para o professor, qualquer comprovação científica de que o Roundup possa provocar câncer implica mudança de protocolo na liberação do produto para uso agrícola.
Ele garante que é com base nesses protocolos internacionais que a Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, atua na liberação dos insumos agrícolas.
Ouça a entrevista no link acima.