O Mapa da Desigualdade 2017, apresentado pela Rede Nossa São Paulo, revela altos índices de pobreza e baixos níveis de qualidade de vida na cidade. O dado que mais se destaca na análise é o de expectativa de vida. Enquanto no bairro nobre Jardim Paulista a idade média ao morrer é de cerca de 80 anos, na periferia do Jardim Ângela os moradores vivem 25 anos a menos. Além disso, mais da metade dos distritos não possui espaços de cultura e 11 carecem de equipamentos esportivos.
O coordenador da pesquisa e membro do grupo de pesquisa Qualidade da Democracia do Instituto de Estudos Avançados da USP, Américo Sampaio, explica que a gestão do orçamento público municipal incita desigualdades sociais em São Paulo. Ele conta que a dívida ativa de empresas privadas com a Prefeitura, que se aproxima de R$ 100 bilhões, prejudica a capacidade de investimento nos bairros vulneráveis da capital e não é cobrada com afinco pelos governantes há anos.
Sampaio alerta, ainda, que o prefeito João Doria, assim como os anteriores, não tem cumprido a Lei Orgânica do Município. A norma prevê um orçamento público regionalizado, a fim de que a sociedade civil saiba com transparência quais são as prioridades do poder público em cada região. O especialista explica, também, como criar políticas econômicas redistributivas que levem o dinheiro do centro à periferia e rompam com os privilégios sociais estruturados no centro da cidade.
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