Não é raro ouvir falar de infecções hospitalares ou de surtos de doenças em alguma rede de saúde. Parte dessas contaminações ocorre por fungos, por isso a preocupação da ciência, pesquisadores e até de laboratórios na produção de antídotos no combate a esses malefícios. O professor Roberto Martinez, da Divisão de Moléstias Infecciosas do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, explica o que são esses micro-organismos que vivem em um “reino à parte”. Os fungos, em alguns casos são bem visíveis, como o bolor, que aparece em uma laranja, por exemplo.
É muito comum as pessoas confundirem os fungos com vírus ou bactérias, porém eles diferem na estrutura. Além disso, nem todo o fungo é maligno, existem fungos importantes, como os que são usados na produção de pães e na fermentação das cervejas. Saccharomyces cerevisiae é uma levedura que se alimenta dos açúcares e, ao mesmo tempo, elimina álcool e gás carbônico – um processo denominado fermentação ou levedação.
Fragmentos microscópicos
Os fungos existem na natureza: vivem na terra, nas plantas, mas normalmente estão suspensos no ar, e como são fragmentos microscópicos e leves, podem ser inalados e, dependendo da condição de imunidade da pessoa que inspirá-los, podem se instalar em algum órgão do corpo como, por exemplo, os pulmões. Existem várias formas de a pessoa se contaminar com um fungo, seja por meio de animais, seja por meio de madeiras infectadas e até mesmo por um simples espinho de roseira.
Normalmente, as doenças fúngicas se confundem com outras causadas por vírus ou bactérias, por isso, o diagnóstico deve ser feito através de exames laboratoriais. Um clínico geral pode identificar a doença e encaminhar o paciente a um especialista, que acaba sendo um infectologista ou pediatra, no caso de crianças.
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