Falta de infraestrutura afeta distribuição de energia no Brasil

Revisão de políticas públicas e de modelo tributário é necessária para energia se tornar mais acessível e barata

 15/10/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 16/10/2018 as 10:00

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O sétimo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável trata sobre energia acessível e limpa. Para a Agenda 2030, é importante não apenas que todas as pessoas tenham acesso à energia – atualmente, mais de 15% da população mundial não tem acesso à eletricidade. Mas ela também precisa ser limpa e barata, para que não haja prejuízos ao meio ambiente durante a produção e dificuldades de acesso pelas pessoas de baixa renda e em situação de vulnerabilidade.

Seguindo a série sobre os objetivos, no quadro UrbanSus, com o professor Marcos Buckeridge, do Instituto de Estudos Avançados da USP, o Jornal da USP no Ar conversou com Weber Amaral, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP.

O professor afirma que a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis para geração de energia é um ponto de alavanca necessário em todo mundo. O Brasil é um país modelo quanto à energia sustentável, pois o etanol é considerado o biocombustível com melhores taxas de conversão de energia e menores de emissão de carbono. A sua biomassa também é capaz de gerar eletricidade, iniciativa capaz de diminuir a demanda pela hidroeletricidade, fonte já perto do seu limite sustentável, já que algumas regiões, como o Sudeste, sofrem com a falta de água.

Porém, Amaral ressalta que o grande problema brasileiro é a carência de infraestrutura para distribuição de energia por um território continental. Existem áreas brasileiras que poderiam ser autossuficientes em energia, o que facilitaria sua chegada à população, comenta o especialista. Ainda, a falta de políticas públicas de longo prazo e revisão do modelo tributário são obstáculos para que a energia, principalmente a renovável, torne-se mais acessível e barata para os consumidores e investidores.

A eletrificação de carros é outra questão abordada por Amaral. Ele ressalta que para deixar a mobilidade mais sustentável é preciso excluir o uso de combustíveis fósseis também na produção de eletricidade. Uma alternativa para a Europa, segundo o professor, é optar por uma matriz de carros elétricos a partir da energia eólica, que já recebe grandes investimentos.

 

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