“O voto no Legislativo é tão importante quando o voto no Executivo”, analisa Glauco Peres, professor do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo, em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição. Ele explica que iniciativas da sociedade civil podem auxiliar o eleitor na hora de escolher seus representantes, tanto para cargos do Executivo quanto do Legislativo. “Existem esses veículos que fornecem informação para a gente, mas não é um processo fácil, porque são muitos políticos e tomadas de decisões ao mesmo tempo”, comenta Peres.
Ainda de acordo com ele, tais iniciativas elencam critérios que não são neutros, apesar de terem sido criados por pessoas comuns, sem ligação com partidos ou com grupos de interesse. A escolha de um representante é muito pessoal e diante disso é preciso que o eleitor analise critérios, como o alinhamento político do partido, participação em esquemas de corrupção, desperdício de recursos, proposição de leis, entre outros.
Estude os seus candidatos
Glauco Peres explica que existem meios para encontrar informações sobre senadores e deputados, como o próprio site do Congresso Nacional ou o site Transparência Brasil. “É muito trabalhoso e demanda tempo do eleitor, mas a gente precisa gastar um tempo nisso”, avalia Peres, ao relembrar a importância de ranqueamento de critérios para um voto mais determinado, seguro e de acordo com as motivações do eleitor. Caso contrário, será preciso esperar mais quatro anos até que se possa escolher novamente esses representantes. “Imagine que você está gastando muito dinheiro para comprar alguma coisa, você faz com cuidado e com o máximo de informação que você consegue ter, mesmo que tenha surpresas depois, mas você tenta minimizar isso”, compara Peres.
Buscar informações e escolher o melhor candidato é uma responsabilidade do cidadão. Basear-se em decisão alheia muitas vezes pode não ser a melhor opção, mas acaba sendo uma via para o eleitor. “É natural que o eleitor busque informações e atalhos em pessoas que sejam de confiança. A questão é que as pessoas devem ter consciência de que a falta de tempo implica, por vezes, eleger pessoas que não vão agir da forma adequada”, destaca.
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