.
Mais uma crise envolvendo refugiados tem como palco, agora, a Birmânia (ou Myanmar, como passou a ser conhecido esse país da Indochina), onde, nas últimas duas semanas, mais de cem mil pessoas da etnia muçulmana rohingya foram forçadas a fugir para a fronteira com Bangladesh, após terem as suas vilas queimadas e serem atacadas pelas forças armadas birmanesas, auxiliadas por civis budistas armados.
O que causa espanto é o fato de a Birmânia ser governada hoje por uma mulher condecorada com o Prêmio Nobel da Paz: Aung San Suu Kyi, que age como se nada estivesse acontecendo em seu país, tamanha a indiferença demonstrada diante do que foi exposto acima. A professora Marília Fiorillo, em sua coluna semanal para a Rádio USP, vê como lamentável “o processo que converteu a delicada ‘dama da flor’ em uma dama de ferro”, uma “dama” que nega estar havendo um processo de limpeza étnica em curso.