A comunicação, parte essencial do dia a dia dos seres humanos, tem como uma das principais ferramentas a voz. A falta de cuidado com a voz, no entanto, pode gerar problemas, principalmente para quem trabalha com a produção vocal, mas pode também nos afastar das conquistas e direitos sociais. O alerta é da professora de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, Aline Wolf, que fala sobre a comemoração do Dia Mundial da Voz, em 16 de abril.
É que a campanha deste ano traz para o centro dos cuidados o tema Sua Voz Importa. E, afirma a professora Aline, o envolvimento de aspectos mais subjetivos na campanha mostra que, “a partir do pleno exercício da nossa voz, nós podemos ocupar os mais variados espaços e legitimar os nossos direitos”. Assim, esta edição da campanha vai além da saúde física, discutindo a importância da voz como representatividade, “para a voz que nos coloca e nos retira de determinados lugares”, diz.
A professora afirma que a voz é um instrumento que define aspectos importantes da vida, como os relacionamentos pessoais e profissionais, e defende que o aprendizado sobre a saúde da voz deve começar na infância para que, já na juventude, “possamos transmitir as impressões corretas aos nossos interlocutores”.
Mas a professora lembra que problemas como o estresse e o abuso vocal não podem ser deixados de lado. O estresse emocional, comenta, aquele do dia a dia, do trabalho, cria tensão muscular desfavorável à boa produção da voz. Já o abuso vocal (quando falamos errado e por muito tempo) é um problema que atinge em especial profissionais que têm a voz como uma das principais ferramentas de trabalho, como os professores. Além do exemplo do professor, Aline cita gritos e falar demais, ou falar sob muita tensão, como casos de abuso vocal.
Verdades e mitos sobre cuidados com a voz
Os bons hábitos para os cuidados com a voz sempre foram necessários e, de certa forma, são de conhecimento do senso comum. Aline, no entanto, destaca, como exemplo prejudicial, o uso de cigarros convencionais e eletrônicos e, como bom hábito, a nebulização feita somente com soro fisiológico, que tem auxiliado profissionais de voz, especialmente os músicos.
A professora cita também o mito do benefício das pastilhas anestésicas com mentol que, ao contrário, podem agravar situações de abuso vocal. Essas pastilhas causam a sensação de que o esforço vocal é menor, mas o efeito prejudicial sobre a voz permanece.
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