Crise yanomami um ano depois: volta do garimpo, desnutrição, malária e mortes

Governo federal anuncia mais investimentos em saúde e reforço na segurança para expulsar de vez os garimpeiros

 23/01/2024 - Publicado há 6 meses
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Agentes do SUS prestam socorro aos yanomamis – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

 

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O  Brasil  e o mundo foram surpreendidos com imagens de índios – idosos e crianças – morrendo de desnutrição e malária em território yanomami. Uma crise humanitária sem precedentes que compromete o meio ambiente, com clareiras abertas na mata para a extração ilegal de minérios. Um ano após,  a situação em terras yanomamis, em Roraima, região Norte do Brasil, ainda preocupa as lideranças indígenas e gera insegurança aos povos originários. O garimpo ilegal disseminou a fome e a doença, colapsando o atendimento, como explica a professora do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, Marta Amoroso, especialista em Etnologia Indígena. 

Marta Rosa Amoroso – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Segundo dados da Fiocruz, não é possível ter o número exato da crise sanitária dos yanomamis nos últimos anos, naquela região, diante do desmonte de políticas públicas ambientais e indigenistas que ocorreram. No ano de 2022, 343 indígenas morreram, ante as 308 mortes registradas no ano passado. Os indígenas ainda cobram o fim do garimpo ilegal na região e avanços eficazes na saúde do seu povo. O Supremo Tribunal Federal determinou, em novembro, que o Ministério da Saúde apresente, em 90 dias, um plano para reestruturar a assistência à saúde indígena no território. A professora Marta Amoroso fala sobre a importância de Joenia Wapichana à frente da Funai para que esses prazos sejam cumpridos.  

Recentemente, o governo federal anunciou um plano operacional na região, abrindo uma “guerra” contra o garimpo ilegal em terras indígenas. Ficou determinado ainda que a presença das Forças Armadas e da Polícia Federal será permanente na região. A Casa Civil anunciou investimentos de R$ 1,2 bilhão para “ações estruturantes” em 2024.


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