Guilherme Wisnik comenta sobre o livro lançado recentemente, Situando Jane Jacobs, do arquiteto e urbanista Renato Cymbalista, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. O livro é até hoje um dos mais importantes ensaios já realizados sobre cidades. Chama a atenção para a importância que as pessoas têm (ou deveriam ter) na maneira como produzimos e pensamos nossas cidades.
Jane Jacobs foi uma grande ativista, jornalista e pensadora da cidade e do urbanismo norte americano, que escreveu um livro referencial em 1961, chamado Morte e Vida de Grandes Cidades. Esse livro trouxe à tona uma série de reflexões sobre o urbanismo moderno, funcionalista, com zoneamento das cidades por funções, um organismo que pensa o ser humano como uma espécie de automato cumprindo funções na cidade. “Jacobs valorizava e batalhava muito pela vida de rua, uma cidade com comércio no térreo, com classes sociais misturadas, tudo isso sendo expresso em uma ocupação muito intensa da calçada, da rua, da vida do pedestre”, conta Wisnik.
A produção do livro foi feita em conjunto com os alunos da disciplina ministrada pelo professor Cymbalista, promovendo um exercício de produção de partilha do conhecimento. “Há um capítulo que relata a expansão de Jane Jacobs no Brasil. A ativista é hoje um campo de consenso a qual todos recorrem sem debater em profundidade por que suas ideias viraram senso comum”, observa Guilherme Wisnik.
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