Seleção de artigos, produzidos por professores da USP, feita pela MIT Sloan Brasil sobre gestão da inovação ganha destaque no tema do ambiente de inovação aberta. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, a professora Ana Paula Franco Paes Leme Barbosa, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP e uma das autoras do texto, discorre sobre o assunto.
A inovação aberta acontece quando há a colaboração entre entidades diferentes. “Falamos, por exemplo, da colaboração de um instituto de ciência e tecnologia com uma universidade, de uma empresa com uma startup. Então, essa colaboração entre entidades é a inovação aberta para a produção de inovação”, comenta Ana Paula.
A professora conta que o texto foi publicado em 2020 pelo Journal of Engineering and Technology Management: “A MIT Sloan Management Review fez uma seleção dos artigos que tiveram maior impacto para a prática da gestão de inovação publicados ou com participação de brasileiros. Eles fizeram um levantamento mundial de artigos e esse foi o artigo selecionado”.
No artigo, os professores buscaram olhar para a gestão de inovação e entender como mecanismos de gestão podem ajudar no desenvolvimento de projetos. “Projetos de inovação são projetos cheios de incertezas e riscos. O olhar da gestão é como facilitador para o desenvolvimento desses projetos e nós olhamos especificamente para a comunicação. Em um trabalho de uma empresa com uma universidade, de uma empresa com uma startup, os ambientes podem ser muito diferentes”, indica Ana Paula.
Mais de uma abordagem
A comunicação é importante e pode funcionar de diversas formas. A professora aponta: “Olhamos para uma comunicação sendo mais aberta, em que os times têm liberdade para falar o que pensam, que não é centralizada e é mais informal, versus uma comunicação mais planejada, centralizada, que chamamos de mais mecânica. Nós comparamos esses dois tipos em 50 projetos de pesquisa e desenvolvimento de inovação aberta no Brasil e fora do Brasil e relacionamos com o desempenho dos projetos”.
De acordo com Ana Paula, o estudo demonstrou que não é preciso escolher apenas uma abordagem. “É necessário fazer uma combinação dos dois tipos de comunicação. Então, dentro de um projeto de inovação eu preciso casar essas facilidades de uma comunicação mais orgânica, aberta e fluida com mecanismos que formalizam a informação, para favorecer o desenvolvimento e o fluxo de informações sobre o desenvolvimento do projeto”, destaca.
A pesquisa mostra que é interessante adotar um caminho que favoreça a troca de informações. “Um caminho em que as pessoas possam ter essa liberdade de interagir mais intensamente de maneira mais informal, mas também com procedimentos de gestão de projetos, com formalização de documentação. Nós mostramos que a comunicação é um elemento central para a gestão. Então, ela precisa ser pensada de forma estratégica para favorecer o desenvolvimento desse tipo de projeto”, relata a professora.
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