A cidade de São Paulo, na região Sudeste, foi a única que teve uma redução de quase 20% no número de casos registrados de 2017 para 2018. Uma série de políticas públicas tem contribuído para essa diminuição. A implementação de maneira mais ampliada de estratégias de prevenção combinada, que inclui testagem de quem vive com HIV, o uso de camisinha e ampliação das profilaxias pré e pós-exposição ao vírus HIV, proporcionaram esse resultado. Os jovens, com idade entre 20 e 34 anos, são os mais infectados, chegando a 52,7% dos casos. Com relação à raça/cor da pele, os brancos têm 40,9% das infecções, seguidos por 49,7% de negros. Os homens são os mais infectados se comparados às mulheres.
O doutor Ricardo Vasconcelos, infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, acredita que “o que falta é vontade política para ampliar um trabalho de prevenção e diminuir ainda mais esses números”. Ele cita que “existe um preconceito muito grande com a PREP (Profilaxia Pré-Exposição) e com sua implementação. Esse preconceito, que já existia com o HIV, se reproduz em cima da PREP”. Ele acredita que é necessário mudar a forma de atingir os grupos de pessoas e seu sistema de prevenção. A PREP é uma estratégia de prevenção contra o HIV e consiste no uso diário de um comprimido com antirretrovirais por pessoas que não têm HIV, as quais ficam protegidas da infecção.