Dez anos após a crise financeira, ficou evidente que a receita defendida pelos bancos em todo o mundo – reduzir o déficit público, cortar gastos do governo e reprimir as demandas sociais – serviu apenas para consolidar a posição dos bancos e jogar o crescimento econômico no lixo. No Brasil, o mesmo discurso tornou-se predominante já no início do governo Dilma Rousseff e possivelmente explica boa parte da deterioração de sua base política. Agora, a equipe do Ministério da Fazenda reconhece que não tem como fazer o ajuste sem recorrer a mais endividamento público, enquanto o crescimento econômico fica para a posteridade.
Em ano eleitoral, é preciso debater como fazer o contrário do que pedem os bancos: mais austeridade, ajuste fiscal, reforma para cortar gastos sociais e prudência para reduzir os juros nas suas operações de crédito, apesar dos cortes sucessivos na taxa básica definida pelo Banco Central. Essa receita já fracassou no Brasil e no mundo.