O contingenciamento de verba de diversas áreas da ciência no Brasil tem impactos grandes na pesquisa nacional. Quando o assunto envolve radioatividade então, os riscos são muito altos, como atesta o acidente com o césio-137 de equipamentos hospitalares, na cidade de Goiânia, em setembro de 1987.
O professor associado do Instituto de Física da USP, Airton Deppman, explica que, desde o ocorrido, o controle de material radioativo aumentou bastante, porém, com o desenvolvimento da medicina nuclear, cada vez mais clínicas e hospitais utilizam a radiação. Por isso, o especialista teme que os cortes orçamentários encolham o contingente de pessoas envolvidas nesses procedimentos e prejudiquem a formação dos profissionais da área.
Um dos grandes desafios do Brasil quanto à radiação, aponta Deppman, é o destino que a grande quantidade de resíduo das usinas nucleares de Angra dos Reis terá. O professor também destaca que a produção de isótopos radioativos é uma tendência não só na área médica e energética, mas também na indústria e na agricultura. Portanto, argumenta o pesquisador, o corte do orçamento acaba impactando vários setores importantes.
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