Novo site apresenta a reserva florestal do campus da USP em São Paulo

A “Matinha” do Instituto de Biociências abriga a nascente de um ribeirão, que favorece a existência de muitas espécies de animais, principalmente aves, além de possuir cerca de 120 espécies de árvores nativas

 01/04/2024 - Publicado há 4 meses
Reserva possui diversidade de fauna – Foto: José Motta

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A Reserva Florestal do Instituto de Biociências (RFIB) – também conhecida como “Matinha” da Bio – compreende uma área de 10,2 hectares e 30 metros de declive, localizada na Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira, no Butantã, em, São Paulo. Este fragmento florestal urbano abriga a nascente do ribeirão Tejo, favorecendo a existência de inúmeras espécies animais – principalmente aves – que usam o manancial para abrigo, local de alimentação e reprodução. Além disso, possui cerca de 120 espécies de árvores nativas, e ainda uma enorme quantidade de fungos e microrganismos que contribuem para a complexa cadeia trófica desta floresta.

A Comissão de Gerenciamento da Reserva Florestal do Instituto de Biociências (CGRFIB) da USP acaba de lançar sua nova página na internet, incluindo informações sobre suas atividades, textos mais completos do histórico e da biodiversidade da Matinha, que trazem até as espécies invasoras, além links atualizados para acesso a requerimentos de atividades de Extensão, Ensino e Pesquisa, já que a reserva florestal serve como laboratório vivo para pesquisadores de várias áreas do conhecimento, como Geologia, Medicina Veterinária, Química, Astronomia e outras. A nova página pode ser acessada neste link.  

Biodiversidade

Além de sua relevância intrínseca por manter essa biodiversidade, a Reserva também presta serviços ecossistêmicos, tais como a manutenção de clima mais ameno em seu interior e entorno, proteção da nascente e da qualidade da água do ribeirão, prevenção de erosão do solo e sequestro de carbono. Segundo a página, a reserva florestal do IB, “é um dos últimos patrimônios naturais do campus da USP e da região metropolitana de São Paulo”. 

Visão aérea da reserva florestal – Foto: José Mota/IB USP

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A fauna é representada em sua maioria pelas aves. São mais de 150 espécies, destacando o Pica-pau-de-cabeça-amarela (
Celeus flavescens), o Tucanaçu (Ramphastos toco), a Corujinha-do-mato (Megascops choliba), o Jacuguaçu (Penelope obscura), e o Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris). Dentre a ampla riqueza de insetos, destacam-se as borboletas, com cerca de 450 espécies inventariadas, e em relação a mamíferos, os saguis são avistados na reserva em abundantes grupos da espécie de tufos pretos (Callithrix penicillata). Existem ainda pesquisas em diversos outros grupos, como platelmintos, aracnídeos, himenópteros (abelhas, vespas, formigas etc), coleópteros (besouros), malacofauna (moluscos) etc.

Estudada ao longo de muitos anos, a flora é composta de cerca de 120 espécies de árvores e arbustos nativos, 37 espécies de epífitas vasculares, 188 espécies de ervas, subarbustos e lianas. Há ainda pelo menos 30 espécies lenhosas exóticas, sendo a palmeira australiana (Archontophoenix cunninghamiana) um grande problema, com intensa proliferação, ameaçando várias espécies nativas. Há árvores de 10 a 25m, que geralmente possuem a copa frondosa, totalmente exposta à luz solar, com caules grossos e fuste alto. Destacam-se os cedros (Cedrela fissilis), as figueiras (principalmente Ficus insipida), o pau jacaré (Piptadenia gonoacantha), o araribá (Centrolobium tomentosum), o tapiá (Alchornea sidifolia) e o tapiá-mirim (Alchornea triplinervia). 

Flora da reserva florestal do IB USP- Fotos: José Motta

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Infraestrutura

A Reserva Florestal possui uma cerca, permitindo o acesso seguro de pessoas e protegendo a área, e quatro portões. Há também uma trilha, que está em processo de revitalização, com o objetivo de tornar a visitação segura, uma vez que a menor densidade de vegetação permite a observação de animais possivelmente perigosos. Além disso, a trilha está sendo readequada para evitar grandes declividades no terreno, facilitando o acesso a pessoas com diferentes graus de mobilidade. O projeto prevê ações simples de limpeza do caminho e de inserção de estruturas de suporte e de sinalização, buscando o mínimo de interferência na mata. 

Corujas da reserva florestal – Foto: José Mota/IB USP

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Atividades

Para ter acesso à RFB, é necessário preencher e enviar um formulário para a Comissão, no qual devem constar informações básicas acerca da atividade que será realizada. Há três tipos de atividades, com seus respectivos formulários:: Pesquisa, Ensino e Extensão. É recomendado não ir sozinho a Reserva e sim acompanhado/a e que todos vistam-se adequadamente para evitar acidentes: calça comprida e sapato fechado, se possível bota. A Comissão solicita que, se possível, após o término da pesquisa sejam retiradas as marcações utilizadas (fitas, placas etc), e ainda o compartilhamento dos resultados e as imagens obtidas em seu interior com as devidas autorias.

Mais informações na página da reserva ou pelo e-mail: comissaoreserva@ib.usp.br. Visite também as redes sociais Instagram e Youtube.

 


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