Atualmente, cerca de 12% da matriz energética brasileira é produzida através da queima de gás natural, um combustível fóssil que contribui com o aquecimento global. Ele pode ser utilizado em indústrias, residências, comércio e carros. Quanto à produção de energia elétrica, através de usinas termelétricas, o gás natural equivale a 8% da matriz energética, o que representa 12 GW de potência instalada. Apenas no mês de maio de 2023, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, a produção aumentou 9,6% em comparação com o mesmo mês do ano anterior e 2% em relação a abril.
De acordo com Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP, “o gás natural é um combustível fóssil resultado de um processo natural de degradação da matéria orgânica, como, por exemplo, os restos de plantas e animais”. O professor explica que o gás natural é extraído através da perfuração do solo e é composto principalmente de metano, um gás inflamável também utilizado na geração de energia e outras atividades, uma delas é a produção de fertilizantes na indústria petroquímica.
Recurso estratégico
Mesmo que o gás natural seja um emissor de gases causadores do efeito estufa, Caneppele destaca a importância estratégica do seu uso nas termelétricas. Essa fonte de energia possui baixo custo, alta estabilidade, grande eficiência energética e se dispersa rapidamente no ar, o que diminui seu risco de acidentes. Ademais, as termelétricas, alimentadas por fontes de energia não renováveis, como o gás natural, são fundamentais em ocasiões de secas energéticas, momentos em que as fontes renováveis não conseguem suprir a demanda por eletricidade, devido à sua sazonalidade.
Além de serem poluentes e serem um recurso limitado na natureza, o gás natural pode ser extraído apenas em certas localidades e necessita de uma estrutura robusta para se tornar uma opção energética viável. Contudo, Caneppele salienta que dentro dos combustíveis fósseis ele é a fonte que menos polui, justamente para apresentar baixos índices de dióxido de enxofre e fuligem.
O professor relata que as previsões para os próximos anos são de aumento do uso dessa fonte de energia no Brasil, que se torna crucial durante os períodos de baixa nos reservatórios das usinas hidrelétricas.
*Sob orientação de Cinderela Caldeira
