Uma universidade brasileira entre as cem melhores do mundo

Por Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP

 04/07/2023 - Publicado há 10 meses
Carlos Gilberto Carlotti Junior – Foto: Cecília Bastos/USP Imagem

Pela primeira vez na história, uma universidade brasileira está entre as 100 melhores do mundo. A Universidade de São Paulo (USP) logrou este feito. Ela figura na 85ª posição do QS World University Rankings, elaborado anualmente, desde 2011, pela agência Quacquarelli Symonds (QS), do Reino Unido. Trata-se de uma das mais respeitadas medições da qualidade universitária.

É a primeira vez que uma instituição brasileira alcança um posto de tanto destaque. Nossos pontos fortes foram a reputação acadêmica, a excelência das nossas pesquisas, o alto conceito que temos entre os empregadores e o impacto social do trabalho das pessoas que formamos.

Nossa conquista é resultado de décadas de trabalho. A USP vem ampliando investimentos em produção de conhecimento e nas políticas de internacionalização, principalmente no âmbito dos Programas de Pós-Graduação. A organização e a verificação da consistência dos dados internos também contribuíram para esse resultado histórico.

Um resultado merecido. A USP forma em torno de 2.500 doutores e doutoras por ano. No período de janeiro de 2021 a maio de 2023, foram 3.441 doutorados concluídos, o que corresponde a cerca de 10% do total do País. Em 2022, pesquisadoras e pesquisadores da USP publicaram 17.600 trabalhos na base de dados Scopus, que totalizam quase um quinto (18,5%) da produção científica do Brasil. No mesmo ano, a USP recebeu quase 1.500 prêmios e distinções em reconhecimento de sua excelência acadêmica.

Nada disso vem de graça. São gestões sucessivas de dedicação à ciência, à cultura, ao pensamento e à liberdade acadêmica. Nosso empenho de longo prazo se realiza com o aumento da internacionalização, com a valorização das pessoas e com as políticas de desenvolvimento sustentável. O aprofundamento de nossas relações com a sociedade, em alto nível, também exerce papel fundamental.

As ações para aumentar a inclusão, a diversidade e a equidade de gênero são indispensáveis. Desde a adoção de ações afirmativas, em 2017, o desempenho da USP só faz crescer. A diversidade trazida pela adoção das cotas sociais e étnico-raciais está tornando nossa universidade ainda melhor. Ao contrário do que alguns imaginam, as cotas contribuíram decisivamente para reforçar a excelência. Com mais diversidade, o ambiente acadêmico se torna mais criativo, mais plural, mais vivo.

Em 2023, 54% dos ingressantes na graduação vieram de escolas públicas. Das 10.662 vagas preenchidas, 5.714 são de alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas, sendo que 2.020 são do grupo Pretos, Pardos e Indígenas (PPI). Para dar apoio à inclusão, ampliamos em mais 60% o investimento em permanência estudantil em relação ao período anterior. Foram R$ 290 milhões para expandir e melhorar a moradia estudantil, o transporte, a alimentação e os auxílios financeiros para os estudantes.

Ano a ano, estamos elevando nosso reconhecimento internacional. Em outro ranking, de grande relevância, o THE World University Ranking, a USP aparece entre as 250 melhores instituições (a primeira entre todas as latino-americanas). Nossa universidade também se destaca como uma das 50 melhores no SCImago Institutions Ranking, que avalia a produção científica, a capacidade de inovação e o impacto na sociedade.

A missão de uma universidade não é disputar rankings. Essas classificações são apenas um efeito, não uma finalidade. De toda forma, esse efeito é sempre bem-vindo e reforça a convicção de que estamos no caminho certo. As políticas de incentivo à inclusão e à diversidade, as ações em prol do desenvolvimento sustentável, a busca da excelência em ensino, pesquisa e extensão, a valorização constante de toda a comunidade são eixos norteadores de nosso trabalho. Isto explica por que a USP é cada vez mais valiosa para os brasileiros e cada vez mais prestigiada mundo afora. Uma universidade é boa quando é essencial para sua gente. Com essa clareza, seguiremos adiante.

(Artigo publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo, em 4 de julho de 2023)


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.


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