Márcia Hentschel assume a direção do Coral da USP

A regente, que participa do coral desde 1984, já foi diretora artística e vice-diretora do órgão

 26/04/2022 - Publicado há 2 anos
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Apresentação do grupo Coralusp Sestina, com regência de Márcia Hentschel – Foto: Júlia Montesanti

O Coral da USP (Coralusp) está sob nova direção: há pouco mais de um mês, no dia 17 de março, a regente Márcia Hentschel assumiu a coordenação do conjunto musical, que é vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP. Pianista formada pelo Conservatório Musical de Santos e também pela Faculdade de Música de Santos, Márcia ingressou na equipe de regência do Coralusp em 1984 e, desde então, ocupou os cargos de diretora artística e vice-diretora do projeto, até encarregar-se, neste ano, da diretoria geral.

Quando foi diretora artística, entre 2009 e 2010, Márcia conta que gerenciava a programação dos concertos, a preparação do coro e os agendamentos para ensaios e apresentações. Em sua atual função, o caráter administrativo prevalece. “Eu preciso estar à frente em conselhos, reuniões e no contato direto com a Pró-Reitoria”, explica a musicista. “É um pouco daquilo que eu já fazia antes”, diz, referindo-se ao período em que esteve na vice-diretoria do Coralusp. O cargo demandava, entre outras funções, substituir o diretor no caso de sua ausência.

Atualmente, o coral conta com 15 grupos, que possuem repertórios e horários de ensaio diversos. “A cada dois anos, nossos regentes apresentam um projeto para seus grupos: alguns decidem trabalhar com música popular, alguns com rock, música erudita ou até mesmo com peças escritas especialmente para o coro”, explica Márcia. O grupo Coralusp 12 Em Ponto, por exemplo, apresentará nesta temporada o programa 6×80, que homenageia o conjunto das obras de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Benjor, Milton Nascimento, Paulinho da Viola e Tim Maia — seis artistas brasileiros que completam 80 anos em 2022. 

Ensaio do Coralusp Feminino, um dos 15 grupos corais que compõem o Coral da USP (Coralusp) – Foto: Júlia Montesanti

 

Há também o Coralusp Feminino, cuja proposta é valorizar a presença da mulher na música. Márcia conta que esse é um projeto recente: o coro, formado exclusivamente por mulheres e liderado pela regente Paula Christina Monteiro, inclui em seu programa peças compostas por mulheres, que falam sobre mulheres, ou que são conhecidas na voz de uma mulher. A iniciativa busca reverter a posição secundária atribuída a obras femininas em diversos grupos musicais.

A diretora recém-empossada é responsável pela regência de dois grupos: Coralusp Sestina, que em 2022 trabalhará com a temática “esperança” a partir de uma composição exclusiva para o coral do chileno Nibaldo Araneda, diretor artístico do Collegium Musicum de São Paulo, e Coralusp Tarde, que apresentará o programa Prata da Casa. “Temos vários coros que não exigem experiência anterior, mas também temos coros mais antigos, que não podem aceitar iniciantes”, como o próprio Coralusp Tarde. “Tem gente que canta comigo há 37 anos”, completa Márcia.

Embora a sede do Coralusp seja a Cidade Universitária, em São Paulo, o projeto também inclui grupos externos ao campus. São eles: o Coralusp Dona Yayá, que se reúne semanalmente no Centro de Preservação Cultural da USP, no bairro do Bixiga, o Coralusp Lapa, que ensaia na Tenda da Lapa, e o Coralusp XI de Agosto, que ocupa a Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco, no centro da cidade. Apesar da distância, Márcia garante que os participantes desses três grupos também podem usufruir de toda a infraestrutura do Coralusp. O acesso ao campus, mediante a apresentação de um cartão de identificação fornecido pelo coral, é um direito garantido a cada cantor, bem como a participação gratuita nas atividades de extensão desenvolvidas na Cidade Universitária: além dos ensaios e apresentações, o coral oferece aos membros de todos os 15 grupos cursos de técnica vocal, estruturação musical, harmonia e piano.

Márcia Hentschel e o grupo Coralusp Tarde – Foto: Reprodução/Coralusp

 

Não é necessário possuir vínculo com a Universidade para participar do Coralusp. As únicas exigências são que os interessados tenham 18 anos ou mais e participem de um teste de canto. Àqueles reprovados no processo seletivo, o projeto oferece oficinas de preparação vocal com duração de seis meses a um ano. “Após concluir as aulas, os candidatos podem refazer o teste, e muitos conseguem entrar para o coro”, a diretora explica. As inscrições para os grupos de 2022 já foram encerradas. 

Márcia reforça que a diretoria do Coralusp é um cargo de confiança concedido pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, e compartilha suas expectativas para o período de gestão. “A Pró-Reitoria quer que a gente cresça, apareça e leve música para toda a USP, mas sem perder o foco em um horizonte de expansão. Eu pretendo fazer um trabalho que valorize nossos profissionais e a Universidade, mas que ao mesmo tempo leve o canto coral para o público externo, periferias e outros lugares que dificilmente teriam acesso a ele”, diz. Além disso, a diretora afirma que pretende realizar projetos em colaboração com outros órgãos da Universidade relacionados com a área musical, como a Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), a Orquestra de Câmara da (Ocam) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e o Teatro da USP (Tusp). 

A primeira apresentação do Coral da USP em 2022 será no Festival Coralusp, agendado para 20 a 25 de junho. O evento reunirá todos os 15 grupos e também contará com a participação de convidados externos. Mais informações estarão disponíveis em breve no site do coral.

 


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