Prêmio Ester Sabino homenageia pesquisadoras no Dia das Mulheres e Meninas na Ciência

A láurea foi instituída em 2021, pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, para premiar duas mulheres cientistas de grande destaque

 11/02/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 14/02/2022 as 17:04
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Foram homenageadas seis pesquisadoras ligadas a instituições de ensino e pesquisa de São Paulo – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

 

Uma cerimônia realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo paulista, marcou a entrega da primeira edição do Prêmio Ester Sabino para Mulheres Cientistas, que tem como objetivo valorizar pesquisadoras que contribuem para o desenvolvimento científico no Estado de São Paulo.

O evento foi realizado no dia 11 de fevereiro, definido pela Assembleia Geral da ONU como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, e é uma homenagem à professora da Faculdade de Medicina da USP, Ester Cerdeira Sabino — médica, imunologista e ex-diretora do Instituto de Medicina Tropical, que liderou o sequenciamento do genoma do coronavírus.

A homenagem foi instituída em 2021, pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, para premiar duas mulheres cientistas nas categorias Pesquisadora Sênior, direcionada para cientistas com idade acima de 35 anos, com carreira nacional e internacional consolidada e com contribuições relevantes para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado; e Jovem Pesquisadora, destinada a cientistas com idade até 35 anos, com destacado potencial científico.

As vencedoras foram a Professora Emérita da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Maria Helena de Moura Neves, e a capitã engenheira da Força Aérea Brasileira, Mayara Condé Rocha Murça, ligada ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Ambas receberam uma placa alusiva à premiação e uma escultura.

Duas cientistas da USP foram homenageadas com menções honrosas: a pesquisadora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Camila Meirelles de Souza Silva, e a professora titular do Instituto de Química (IQ), Alicia Juliana Kowaltowski. Também foram finalistas na premiação a professora do Instituto Federal de São Paulo, Dayana Aparecida Marques de Oliveira Cruz, e a pesquisadora do Instituto de Pesquisas Ambientais, Gisela Durigan.

(Da esq. p/ dir.) A professora Ester Sabino, as pesquisadoras Camila Meirelles de Souza Silva e Alicia Juliana Kowaltowski, e o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

 

A escolha das premiadas foi feita, dentre 174 candidatas inscritas, por uma banca formada por representantes de instituições de ensino e de pesquisa a partir da análise do currículo Lattes. Foram levados em conta critérios como formação e experiência profissional; produção acadêmica; formação de recursos humanos qualificados e novas lideranças; premiação nacional ou internacional; e a relevância de contribuição acadêmica para a sociedade. Também foi realizada uma votação eletrônica aberta ao público, que recebeu mais de 14 mil votos.

“As mulheres que estão aqui tiveram que lutar muito, enfrentaram barreiras e foram além. Fiz questão que esse prêmio acontecesse para que ele virasse regra e não exceção. Agradeço à Ester Sabino, que tem conduzido essa caminhada do papel da mulher não só como cientista, mas também como liderança”, afirmou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.

A professora Ester Sabino destacou que “em um momento em que a ciência tem sido tão atacada, me sinto muito honrada com essa premiação que leva meu nome. Por que será que há tanta dificuldade para a mulher chegar a posições mais altas na área científica? Quando eu tinha oito anos, ingressei no segundo ano em uma escola que premiava os melhores alunos. Eu ganhei e, no ano seguinte, também. Quando estava no quarto ano, comecei a errar para não ganhar. Achava que aquele não era o meu lugar. Quando a gente percebe essa força invisível, precisamos mudar”.

Muito emocionada, a docente do Instituto de Química da Unesp e presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), Vanderlan Bolzani, contou que chegou a São Paulo vinda da Paraíba, aos 24 anos, “com uma bolsa da Fapesp debaixo do braço para fazer minha carreira na USP.  Sou uma paraibana, uma pau de arara. Nesse mundo polarizado e negacionista, é uma honra estar nesse prêmio, com mulheres protagonistas da ciência e reconhecidas internacionalmente”.


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