Agricultura urbana pode ser saída para problema da fome nas grandes cidades

Thais Mauad destaca a importância dessa modalidade por ser uma fonte de alimentação fresca e saudável a um preço mais acessível

 09/12/2021 - Publicado há 3 anos
“Qualquer pessoa que tenha seu quintal em casa, os chamados produtivos, deve começar a plantar, porque isso é para segurança alimentar” – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Logo da Rádio USP

De acordo com publicação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2020 a fome cresceu 30% na América Latina. No Brasil, essa situação é ainda mais preocupante: quase 20 milhões de pessoas estão passando fome no País e 44% estão em algum grau de insegurança alimentar. 

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, a professora Thais Mauad, coordenadora do Grupo de Estudos em Agricultura Urbana do Instituto de Estudos Avançados da USP e integrante do Grupo de Trabalho Políticas Públicas de Combate à Insegurança Alimentar e à Fome, explicou que esse cenário se agravou devido à falta de políticas públicas e à pandemia, que gerou a crise econômica. 

Diante disso, a professora destaca a importância da agricultura urbana, por ser uma fonte de alimentação fresca e saudável a um preço mais acessível . “A agricultura urbana tem diversos benefícios. Então, ela traz o consumidor para perto do produtor, o custo ambiental da comida cai muito e o preço também. Ela pode ser uma fonte importante de renda para as pessoas”, afirma.

Thais ressalta também os impactos que poderiam ocorrer se as políticas públicas fossem efetivadas nesse sentido. O Instituto Escolhas, por exemplo, fez um mapeamento de terrenos ociosos. “Eles pegaram só os terrenos ociosos na região de Sapopemba e viram que, se esses terrenos fossem ocupados por agricultura urbana, se alimentariam 80 mil pessoas.”

A professora destaca que se hoje houvesse um maior mapeamento dessas regiões focalizadas em locais com o problema da fome, seria um norte para a criação de hortas urbanas. “Essas hortas urbanas trabalham em geral de maneira agroecológica. Elas prestam um serviço grande à biodiversidade da cidade, atenuam ilhas de calor e têm papel social importante”, enfatiza.

Ela prossegue falando que há espaço na periferia para a agricultura urbana. No caso do centro expandido, esse espaço é reduzido, mas poderiam ser feitos os tetos verdes. Thais completa que “qualquer pessoa que tenha seu quintal em casa, os chamados produtivos, deve começar a plantar, porque isso é para segurança alimentar”.


Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.