Pandemia fez surgir consumidor que teve de se adaptar à realidade digital

Pesquisa da Fecomercio aponta alta nas vendas pela internet em 2020, quando comparadas a 2019. Roberto Pfeiffer e Paulo Feldmann analisam o comportamento de um novo consumidor, o qual, segundo eles, veio para ficar

 22/09/2021 - Publicado há 3 anos
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Os números mostram que, só na capital paulista, a alta do faturamento do e-commerce foi de 22,5%, fechando o ano na marca dos R$ 10,6 bilhões – Foto: Hutch Rock/Pixabay-CC
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No primeiro ano da pandemia causada pelo coronavírus, as vendas pela internet cresceram 27% no Estado de São Paulo em 2020, em comparação com 2019. Os dados fazem parte de uma pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), realizada em parceria com a Evit/Nielsen. Os números mostram que, só na capital paulista, a alta do faturamento do e-commerce foi de 22,5%, fechando o ano na marca dos R$ 10,6 bilhões. Esse crescimento mostrou o perfil de um novo consumidor, que precisou se adaptar a uma realidade digital.

Paulo Feldmann, professor de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, conta que, “antes da pandemia, o consumidor brasileiro não dava muita importância para o comércio eletrônico, que estava crescendo de uma forma lenta, quando comparado ao de outros países, como Estados Unidos, Japão e China”. Com essa nova realidade, uma das principais mudanças foi o aumento no número de computadores e acesso à internet nas casas dos brasileiros, passando de uma defasagem de 30% para 20%, número válido até hoje. Por desconhecimento, e muitas vezes por insegurança, esse novo comprador sempre buscou adquirir produtos de marcas conhecidas, o que prejudicou o pequeno empresário. Segundo o economista, os setores que mais cresceram em vendas foram os de computadores, informática, supermercados, padarias e medicamentos. 

O controle da pandemia e a vacinação da população estão causando queda nas compras on-line, no entanto, esse novo consumidor veio para ficar, diz o professor Roberto Pfeiffer, do Departamento de Direito Comercial da Faculdade de Direito da USP. Segundo ele, serão necessárias adaptações legais para uma maior proteção do usuário do comércio eletrônico. “Não há qualquer dúvida de que esse consumidor veio para ficar. Isto porque, na década anterior à pandemia, o crescimento anual já superava os dois dígitos, revelando uma tendência de cada vez maior de utilização desse sistema de compra. Projeta-se para 2021 um crescimento de 26%, com a necessidade de uma adaptação dos comerciantes físicos, que deverão cada vez mais desenvolverem plataformas de marketplace, aderindo às empresas mais conhecidas ou criando suas próprias marcas. Isto vai tornar necessária uma adaptação do Código de Defesa do Consumidor para uma maior proteção a esse novo comprador pelo e-commerce.”  


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