Ataques à imprensa podem levar a novo posicionamento de veículos de comunicação

O professor Carlos Eduardo Lins da Silva analisa os recentes ataques às sedes do Google e do grupo ITN, em Londres, na Inglaterra, pelo movimento antivacina e antilockdown e prevê as consequências

 30/08/2021 - Publicado há 3 anos
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Nesta coluna, o professor Carlos Eduardo Lins da Silva comenta sobre a invasão ocorrida no último dia 23 de agosto nas sedes do grupo de comunicação ITN e do Google, em Londres, na Inglaterra, por manifestantes ligados aos movimento antivacina e antilockdown. Esse é mais um caso de violência contra a imprensa, que ocorre atualmente em todo o mundo, inclusive no Brasil.

O colunista aponta que a pandemia fez esse tipo de incidente crescer muito. “É impressionante como a imprensa tem sido vítima desse tipo de situação, principalmente jornalistas ou veículos de informação que se posicionam em favor de medidas que são as recomendadas pela ciência”, diz.

Ele diz que esses episódios lembram muito aqueles do século 19 e começo do século 20: os chamados empastelamentos de jornais, que ocorriam quando um grupo político não gostava das posições de um jornal ou de uma revista, e ia até o local e quebrava as coisas. 

Na visão do colunista, talvez a imprensa precise avançar numa direção que não seja a melhor para a sociedade, mas que é provável que seja a única que conseguirá garantir a sobrevivência dos veículos: assumir posições partidárias, não no sentido de partidos políticos, mas no sentido de partisan, de defensora de causas. 

Lins da Silva lembra de episódios como os ataques ao jornal francês Charlie Hebdo, em 2015, e diz que é sim importante manter a segurança dos jornalistas e veículos, mas é impossível mantê-los enclausurados em seus prédios, com grandes defesas. Também é preciso garantir que as punições a esse tipo de ataque sejam rápidas e severas, porém, na visão do colunista, não é isso que vai resolver o problema.


Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção  da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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