Protocolos de internação e uso de medicamentos no tratamento hospitalar da covid-19 já estão estabelecidos

O médico Carlos Roberto Carvalho, coordenador do grupo técnico, diz que a recomendação para o Ministério da Saúde é a de que, “no ambiente hospitalar, a cloroquina não tem nenhum efeito no tratamento”

 13/05/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 16/05/2021 as 12:07
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Ministro da Saúde cria grupo técnico para enfrentar coronavírus – Montagem com imagens de Freepik e Flaticon

 

Marcelo Queiroga foi o quarto ministro escolhido por Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde em plena pandemia do coronavírus. O titular assumiu a pasta no fim de março de 2021 e uma de suas primeiras medidas foi a criação de um grupo técnico para o enfrentamento à covid-19. Entre as funções do grupo, inclui-se a elaboração de protocolos de internação e uso de medicamentos. Tudo com base técnica e científica.

“Conversei com o ministro que, na minha opinião, nós devíamos usar os especialistas que já existem no País que pertencem às sociedades médicas envolvidas no tratamento da covid-19. Cada sociedade estava fazendo uma diretriz própria. A minha proposta foi reunir essas pessoas e aquelas que fossem indicadas pelas universidades, com capacitação, com treinamento no atendimento da covid-19, para montar esse grupo”, conta o médico Carlos Roberto Carvalho, diretor da UTI Respiratória do InCor e coordenador do grupo técnico.

Já esteve na pauta do grupo ligado ao Ministério da Saúde, por exemplo, o uso da cloroquina. “No tratamento no ambiente hospitalar, tem uma série de estudos que demonstraram que a cloroquina não tem qualquer papel, não tem qualquer efeito positivo. Então, a nossa recomendação para o Ministério da Saúde foi que, no ambiente hospitalar, ela não deve ser utilizada, porque ela não tem nenhum efeito, ela não tem nenhum papel no tratamento”, conta Carvalho, lembrando também que avaliou junto ao grupo o uso de outros medicamentos para covid-19 dentro do ambiente hospitalar, na entrevista para o Jornal da USP no Ar 1ª Edição.

Além de também indicar diretrizes para o uso de oxigênio, o grupo deve identificar soluções para problemas comuns em casos mais graves da covid-19, como complicações renais, infecções e sequelas que aparecem após o paciente ser acometido pela doença. “Vamos fazer uma orientação também nos cuidados que devem ser ofertados à população que conseguiu sobreviver à covid e que pode ficar com alguma lesão no futuro. Vamos tentar prevenir que isso venha a ser uma sobrecarga, uma nova geração de doenças crônicas que vão afetar muito mais a saúde da nossa população.”


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