As cientistas Bertha Lutz (1894-1976), Hipácia de Alexandria (370-415), Marie Curie (1867-1934) e Rosalind Franklin (1920-1958) são retiradas da história e reunidas sob um palco do Teatro de Arena Eugênio Kusnet, e de lá, enviadas para a internet. Estreou nesta quarta-feira (13) a peça Insubmissas – Mulheres na Ciência, dirigida por Carlos Palma, ex-aluno da Escola de Arte Dramática (EAD) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, desta vez, no formato on-line devido à pandemia. A transmissão das cenas, que exploram a questão histórica da presença feminina na ciência, acontece durante o mês de janeiro, primeiro pelo Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e, em seguida, pelo Teatro Cacilda Becker. O elenco é composto por Adriana Dham, Selma Luchesi, Vera Kowalska, Rogério Romera e Leticia Olivares, que é mestre pela EAD — além da atriz Monika Plöger e do autor Oswaldo Mendes, ambos formados em artes cênicas pela USP. (Confira os horários das apresentações abaixo)
O espetáculo, que estreou em 2015 com o Núcleo Arte Ciência no Palco, agora volta ao público, mas com adaptações devido ao formato virtual. O que era arquivo de registro de uma das apresentações foi repensado e customizado com a inserção de cenas reinterpretadas pelas atrizes no momento do isolamento e possibilita novas leituras sobre a trajetória das mulheres no universo de produção científica, geralmente dominado por homens. Se em Alexandria, no Egito, durante o século I, o interesse de Hipácia por conhecimento despertou a ira do povo que a apedrejou até a morte, em 2020, o protagonismo feminino de cientistas no combate à pandemia virou notícia: mulheres ocupam 71% dos cargos de pesquisa no Instituto Butantan, responsável pela vacina contra o coronavírus.
No meio desse caminho de 20 séculos estão mulheres que deram a vida pela ciência e pelo direito de outras ocuparem esse espaço . As histórias de quatro delas são encenadas num ambiente de luz e sombra, onde são provocadas a desnudar seus dramas por uma misteriosa voz masculina. “Sobreviver ao ambiente masculino, normalmente hostil, não foi fácil para nenhuma de nós”, afirma uma das personagens.
Além da trajetória de Hipácia, a pesquisadora Rosalind contribuiu no entendimento da estrutura de moléculas como DNA e não foi reconhecida no prêmio Nobel. Madame Curie é a única pessoa com dois prêmios Nobel em áreas diferentes até hoje, mas ainda assim sofreu desafios na sociedade moralista francesa. Já Bertha Lutz se destacou tanto como bióloga quanto como ativista feminista no século XX, no Brasil. Em cerca de 60 minutos, as particularidades dos contextos de cada uma das cientistas são aproximadas por uma questão: o que é ser mulher e cientista em uma sociedade machista?
Mais informações Teatro Cacilda Becker: https://www.facebook.com/TeatroCacildaBeckerSP/ CCJ – Centro Cultural da Juventude: https://www.facebook.com/CCJuventude NucleoACP – https://www.youtube.com/channel/UCJsNVtTOaeJFLjE8eOgWZEQ
Transmissões no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso 15 janeiro (sexta) 19h 16 janeiro (sábado) 15h e 17h 17 janeiro (domingo) 17h 19 janeiro (terça) 19h
Transmissões no Teatro Cacilda Becker 22 janeiro (sexta) 21h 23 janeiro (sábado) 21h 24 janeiro (domingo) 19h 29 janeiro (sexta) 21h 30 janeiro (sábado) 21h 31 janeiro (domingo) 19h Com informações da Assessoria de Imprensa Pombo Correio |