Trump lega ao Afeganistão futuro de terror e horror

É o que diz a professora Marília Fiorillo ao analisar a decisão de Donald Trump de retirar as tropas americanas daquele país, deixando-o nas mãos do Talibã e do Estado Islâmico

 20/11/2020 - Publicado há 4 anos

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O comentário da professora Marília Fiorillo esta semana recai sobre a decisão de Donald Trump, às vésperas de deixar o governo, de retirar as tropas americanas do Afeganistão, deixando o país à mercê do Talibã. “Isso significa, na prática, um sinal verde para que o Talibã retome o país”, analisa ela. A decisão deve entrar em vigor cinco dias antes de Trump passar o “cetro” para Joe Biden, em 15 de janeiro. A medida, considerada intempestiva, foi criticada pelos generais americanos, que a compararam à Fuga de Saigon, e pela Otan, que a classificou de desastrosa, pois criará o vácuo necessário para que o Talibã e o Estado Islâmico “mergulhem o país em um caos ainda maior do que o vivido nestes 20 anos”.

“Embora Trump não seja o responsável por deflagrar essa infeliz política de ocupação, ele vai legar ao Afeganistão um futuro de terror e horror”, diz ela, antes de complementar: ” Invadir e desestabilizar países nunca foi estranho à diplomacia norte-americana, mas retirar-se na pior hora é coisa de Trump”, num momento em que os atentados perpetrados pelo Talibã só aumentam e se alastram. Marília conclui: “Trump realizará, enfim, sua promessa de trazer os soldados para casa – America First. O Afeganistão, nestes 20 anos, viveu sob um estado de guerra interna crônica. A partir de fevereiro, com a volta do Talibã ao poder, a paz será instaurada. Mas é bom lembrar: será a paz dos cemitérios”.


Conflito e Diálogo
A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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