A estagnação imediata de emissões não evitaria o aquecimento global

Nem mesmo essa possibilidade seria suficiente, pois o solo do Ártico, caso seja rompido, poderá emitir metano, que é mais perigoso que o dióxido de carbono

 19/11/2020 - Publicado há 3 anos
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Para o professor José Eli da Veiga, se todas as emissões de gases de efeito estufa no mundo fossem interrompidas, de um momento para outro, ainda assim não estaríamos livres do aquecimento global. “Estamos fazendo um esforço tremendo para atingirmos alguma neutralidade das emissões no meio deste século. A hipótese de uma parada imediata poderia ser algo formidável”, considera o colunista. Segundo o professor, mesmo nessa hipótese otimista, o aquecimento global acontecerá, principalmente devido a um aspecto não muito conhecido pelo público em geral, que é relativo ao tipo de solo que tem no Ártico, chamado de permafrost.

De acordo com um estudo recentemente publicado, esse tipo de solo, caso seja rompido, causará emissões de metano, “que é muito mais grave que o dióxido de carbono”. O artigo foi publicado no Scientific Reports, da Nature, e é assinado por Jorgen Randers e Ulrich Goluke, ambos da Universidade de Oslo, Noruega. “Evidentemente, trata-se de um estudo que, imediatamente, foi contestado por muitos pesquisadores”, diz Eli da Veiga. “Aliás, os próprios autores esperam que outros modelos, melhores do que o que eles usaram, venham a desmentir essa previsão.”


Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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