Para comentar o projeto Infovis, Lúcia Filgueiras, do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas e pesquisadora do Interlab (Laboratório de Tecnologias Interativas) da Escola Politécnica (Poli) da USP, concedeu entrevista ao Jornal da USP no Ar de hoje (12). Ela conta que a pesquisa havia sido encomendada pelo Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS (Sistema Único de Saúde) antes da pandemia, para a representação dos dados de saúde e acompanhamento da eficácia das políticas públicas da área. Porém, com a covid-19, ficou ainda mais clara a necessidade dessa visualização dos dados de maneira sistematizada.
Dados de saúde são complexos e volumosos, o que dificulta seu acesso. O professor Leandro Velloso, do Departamento de Design da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, que também faz parte do projeto, destaca que os dados utilizados são públicos e se encontram em bancos de dados livres na internet, mas pouca gente os vê.
A contribuição do design está na síntese visual que é feita a partir desses dados, explica o professor. Lúcia chama esse processo de “transparência ativa das informações”. Velloso diz que: “Qualquer síntese visual que a gente faz comunica uma narrativa. Temos que ter cuidado para que sempre seja o mais real e correta possível”.
O Infovis é voltado para quem toma as decisões de gestão de saúde no País. Lúcia fala que foram reunidos dados de diferentes áreas, como gestão financeira e distribuição da capacidade de equipamentos e profissionais instaladas nos municípios. Nas pesquisas do projeto, perguntou-se quais as questões mais relevantes e que precisam de mais atenção para os gestores de saúde. O Infovis dá respostas a essas questões com dados atuais, incluindo, também, a presença de algoritmos preditivos que respondem simulações.
Velloso explica que, por meio dessas pesquisas, o desenho para visualização dos dados é feito de forma a já pensar quais problemas há para resolver. Além disso, pensa-se como se representam os dados geoespacialmente e temporalmente. Também destaca que há dados que mostram o avanço da covid-19 e o dia a dia da pandemia: “Lutamos contra um vírus invisível, mas a visualização de dados é o que faz com que a gente o veja melhor, ver onde está e com que velocidade avança”.
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