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Nesta edição da coluna Fique de Olho, o professor Eduardo Rocha fala sobre o papel de líquidos e humores na visão. O especialista explica que, em alguns tecidos oculares, a quantidade de água ultrapassa 90% e que sua transparência e possibilidade de “compartimentalização em membranas finas” torna a água um “excelente leite, com transparência e capacidade de renovação”. 

Os olhos produzem secreção lacrimal e humor aquoso, além de serem preenchidos, em sua maior parte, por humor vítreo. Assim, informa Rocha, cada líquido tem consistência, finalidade e composição bioquímica diferente. O humor aquoso, por exemplo, é produzido atrás da íris do olho, e “preenche a câmara posterior, atravessa a pupila e vem preencher a câmara anterior”, sendo, então, escoado entre a córnea e a íris. O especialista explica que o excesso de produção do humor aquoso, ou sua dificuldade de escoamento, elevam a pressão ocular e que este problema, em altos níveis, pode ter relação com glaucoma, doença ocular.

“Muitas pessoas vêm à consulta e perguntam se agora, se sabendo portadores de hipertensão arterial, estão também em risco para ter glaucoma”, conta o professor. Porém, a associação entre as doenças não acontece devido aos seus mecanismos, pois são distintos. “Muitas vezes, a combinação é casual, as duas acontecem na terceira idade e as duas acontecem com quem faz acompanhamento médico, e, portanto, recebe o diagnóstico”, explica Rocha. 

A importância do humor aquoso está em suas propriedades nutricionais, capazes de oxigenar os tecidos oculares, já que essa renovação é importante para “modular a inibição da inflamação”, controlando seus solutos, de acordo com as demandas dos tecidos. O professor também informa que a maior parte da farmacopeia já desenvolvida tem relação com o tratamento do glaucoma e também comenta sobre a dificuldade da medicina para tratar casos de má produção e excesso de escoamento do humor aquoso. 

Ouça acima, na íntegra, a coluna Fique de  Olho, com o professor Eduardo Rocha.    

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