Brasileiro se alimenta um pouco melhor que o britânico, mas também come mal

O brasileiro apresenta um consumo menor de gorduras, alimentos fritos e carnes processadas do que o britânico

 05/09/2016 - Publicado há 8 anos

Ouça a entrevista da repórter Simone Lemos com a nutricionista Bartira Mendes Gorgulho, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo:

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Foto: Marcos Santos/USP Imagens, Wikimedia Commons
Foto: Marcos Santos/USP Imagens, Wikimedia Commons

Quem se alimenta melhor: o brasileiro ou o britânico? Uma tese de doutorado defendida na Faculdade de Saúde Pública da USP procurou responder a essa questão. A nutricionista Bartira Mendes Gorgulho quis saber das diferenças e similaridades existentes entre o que se come no Brasil e no Reino Unido. Ela partiu do princípio de que, em países desenvolvidos, como Reino Unido e Estados Unidos, há uma alta incidência de prevalência de sobrepeso (algo em torno de 70%)  na população. No Brasil, embora já alta, essa taxa não é tão elevada, chegando a cerca de 50%.

A nutricionista constatou que, a exemplo do que ocorre em países industrializados, é grande no Reino Unido o consumo elevado de refeições prontas, o que já é verificável, ainda que em menor escala, também no Brasil. De acordo com Bartira, uma vantagem que o brasileiro apresenta na escolha de seu cardápio é a de não ter abandonado totalmente o saudável  hábito de cozinhar as suas refeições, embora o consumo de frutas, verduras e legumes esteja longe do ideal até mesmo para os padrões britânicos.

Sempre  enfatizando que o consumo de sódio, açúcar e gordura é prejudicial para a saúde pelo risco que representa em relação à ocorrência de doenças cardiovasculares, diabete e hipertensão, Bartira defende mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros, razão maior de seu estudo e ponto de partida para um estudo mais aprofundado, que pretende, por exemplo, conhecer a relação existente entre renda, escolaridade e a escolha de determinado tipo de alimento.

Para realizar sua tese, Bartira utilizou dados da Pesquisa de Orçamento Familiar, divulgada pelo IBGE, assim como estudos similares realizados no Reino Unido.

 


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