Curso de educação alimentar causa impacto em mais de duas mil escolas

A ideia é capacitar educadores a integrarem informações científicas sobre nutrição à base curricular tradicional

 23/09/2020 - Publicado há 4 anos
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As professoras Nágila Damasceno, do Departamento de Nutrição, e Ana Paula de Queiroz Mello, pesquisadora do Grupo de Lipídios e Doenças Crônicas, ambas da Faculdade de Saúde Pública (FSP), falam ao Jornal da USP no Ar sobre um projeto cujo objetivo é transformar os 25 anos de pesquisa sobre doenças crônicas e nutrição num curso, cuja aplicação se mostra ainda mais importante no momento em que a incidência de doenças crônicas tem aumentado de forma anormal no Brasil, sobretudo em pessoas mais jovens. A nutrição pode exercer um papel importante nesse cenário, de acordo com Nágila. “Sendo assim, trabalhamos com determinantes alimentares associados ao desenvolvimento da obesidade e da hipertensão em diferentes períodos da vida. Aliados a outros estudos, indicamos que a alimentação pode prevenir o surgimento de fatores de risco e a escola é um ambiente propício para contribuir com o desenvolvimento de uma nova filosofia sobre a nutrição dentro da comunidade escolar”, explica.

O curso PEDUCA 2020 conta com o apoio da Pró-Reitoria de Graduação da USP, por meio do programa Aprender na Comunidade, em parceria com o Centro Universitário São Camilo, Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Fluidos Complexos. O programa também se relaciona com o Marco Legal, publicado em 2018, sob a Lei 13.666, “que trouxe a diretriz que faltava na legislação para mostrar que o tema alimentação e nutrição deve ser incorporado em todas as disciplinas elencadas na base nacional curricular. Na prática, isso significa que professores de matemática, história, português, podem e devem incorporar esses temas por meio de atividades pedagógicas, com a abordagem do uso integral dos alimentos, nutrição e saúde, em diferentes abordagens”, segundo a docente do Departamento de Nutrição.

Ana Paula conta que, mesmo com a pandemia, o programa foi bastante procurado por educadores, totalizando 5.350 funcionários vinculados à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, atingindo 85% de todas as diretorias do Estado e 2.615 escolas. Quanto aos impactos, Nágila afirma que esse é o maior curso que o País já desenvolveu em termos de abrangência, porque, “pela modalidade EAD, estamos criando condições para capacitar com informações cientificamente comprovadas todo o território escolar, o que gera uma nova formação que discute a importância de debater a alimentação em sala de aula e repercute na vida dos alunos”.

É possível obter mais informações sobre o curso via e-mail, entrando em contato com peduca@fsp.usp.br. Saiba mais ouvindo a entrevista na íntegra.


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