Como enfrentar um mundo saturado de informações?

Segundo Grossmann, são 7,5 bilhões de seres humanos e 4,5 bilhões acessando a internet, um número que está aumentando diante da pandemia

 19/08/2020 - Publicado há 4 anos
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“Não há dúvidas que a produtividade e a tecnologia vêm alimentando a abundância. Vivemos mergulhados no excesso”, comenta Martin Grossmann, em sua coluna Na Cultura, o Centro Está em Toda Parte, na Rádio USP (clique e ouça o player acima). “O mundo hoje é habitado por 7,5 bilhões de seres humanos e 4,5 bilhões deles acessam a internet, que deve ser maior agora com a crise da covid 19.”

Segundo o professor, há 250 anos, as tecnologias estão sendo desenvolvidas para impulsionar a produtividade e o consumo de bens, alimentos e dados. “Porém, nos últimos dois anos, a humanidade produziu mais dados do que no restante da história combinada. Incrível pensar que hoje existem mais smartphones do que pessoas. Nós temos à nossa disposição 1,5 bilhões de sites. Só o Google recebe, por dia, 5,6 bilhões de buscas. Nunca tivemos tanto acesso à informação e nunca nos comunicamos tanto como hoje.”

Diante dessa sociedade saturada de conteúdo, Grossmann sugere a leitura do livro Curadoria: o poder da seleção no mundo do excesso, do inglês Michael Bhaskar, um lançamento Edições Sesc. “O autor argumenta e explora com eloquência para que a curadoria seja considerada a principal ferramenta capaz de produzir sentido neste mundo do excesso. Como o fazer curatorial da cultura pode ser aplicado também na economia.”

O colunista, que assina a orelha do livro de Michael Bhaskar, observa: “O autor pontua essa gênese da curadoria, mas o que mais importa a ele é enaltecer principalmente a sua potencialidade como um novo modo de operação no âmbito de uma sociedade do excesso. Destaca que o método curatorial não só preserva métodos e produtos de qualidade como preza a seleção cuidadosa, visando assim à criação de narrativas referenciais”.

Bhaskar acredita que a aplicação da curadoria de forma mais ampla trará vantagens principalmente econômicas. “Ou seja, o foco do autor não está nas artes, nem na história da curadoria, mas em seu potencial e nas aplicações possíveis desse mundo capitalista pautado pelo digital.”

A curadoria, segundo o autor, estaria no centro de uma nova realidade e forma de organização das coisas e certamente de uma nova economia que leva em conta a participação das pessoas. “Esse livro é uma leitura prazerosa, pautada por argumentos coerentes que ensejam um horizonte esperançoso. Cabe, como sempre, ao leitor se posicionar.


Na Cultura, o Centro está em Toda Parte
A coluna Na Cultura o Centro está em Toda Parte, com o professor Martin Grossmann, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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