Os estoques dos bancos de sangue invariavelmente precisam ser repostos e ao longo do ano diversas campanhas são feitas para estimular a doação voluntária. Com o surgimento da pandemia pelo novo coronavírus, a situação complicou.
O Hemocentro da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, que abastece 110 hospitais em toda a região e 33% de todo o Estado de São Paulo, precisa manter seu estoque sempre em dia. Agora, entretanto, por causa da pandemia da covid-19, os estoques estão comprometidos. Sete campanhas de doação que já estavam agendadas foram canceladas nos últimos dias.
Mirian Castanheira, biomédica, especialista em hemoterapia e gerente de captação do Hemocentro de Ribeirão Preto, diz que a população não precisa se preocupar com o ato de doar, que é totalmente seguro. Como rotina, todo sangue coletado pelo Hemocentro é analisado. Se o doador apresentar algum tipo de doença, é imediatamente avisado e o sangue descartado.
Ela diz que o Hemocentro adotou, como medida restritiva, a doação apenas através de agendamento pelo telefone 0800 979 6049. Isso deve evitar acúmulo de pessoas e aumento do risco de contaminação do novo coronavírus.
Sobre a informação que circula nas redes sociais de que quem tem sangue do tipo A positivo é mais suscetível à doença, ela diz que não há estudos que comprovem essa informação. Segundo Mirian, o sangue tipo A positivo é o mais comum de ser encontrado porque 33,5% da população tem esse tipo sanguíneo.
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