São Paulo apresenta redução da infecção por vírus HIV

Ricardo Vasconcelos diz que testagem, diagnóstico e tratamento são passos fundamentais para qualidade de vida

 29/11/2019 - Publicado há 5 anos
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Na próxima sexta-feira, 6 de dezembro, o SEAP – Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/AIDs – Casa da AIDS da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da FMUSP –  promoverá um mutirão de testagem rápida para detecção do vírus HIV. A campanha faz referência ao Dia Mundial de Luta Contra a AIDs, que acontece em 1º de dezembro.

Ricardo Vasconcelos, infectologista da Faculdade de Medicina da USP, explica ao Jornal da USP no Ar a importância do diagnóstico precoce para que possam ser tomadas as melhores medidas. Durante o mutirão, será realizada a testagem rápida, utilizando fluido oral (saliva), que detecta anticorpos contra o vírus. Esse processo é chamado de teste de triagem e possui sensibilidade próxima de 100%. Caso o resultado seja positivo, é feito o teste confirmatório com sangue e a pessoa será convidada a se vincular aos tratamentos do ambulatório e iniciar a terapia anti-retroviral, contando com acompanhamento de serviço social e psicológico no processo.

Human Immunodeficiency Virus (HIV-1) – Foto: Microbe World / Flickr-CC

Na última década, foram notificados cerca de 40 mil novos casos da infecção por ano no Brasil, sendo que, para homens menores que 25 anos, a taxa de detecção mais que dobrou. Como forma de reverter o cenário, o pesquisador diz ser importante realizar três passos: testagem, diagnóstico e tratamento. Dessa forma, se evitará novas infecções e se deixará de transmitir o vírus. A camisinha já não é mais o único método preventivo, o uso de retrovirais em pessoas que não vivem com o HIV também é uma medida.

O Sistema Único de Saúde (SUS) tem disponibilizado, desde janeiro de 2018, a profilaxia pré exposição, que é o oferecimento de um anti-retroviral de forma contínua a pessoas que não vivem com o HIV, mas são vulneráveis à infecção. Desde o início até o momento atual, a profilaxia se expandiu no Brasil. Na cidade de São Paulo, 40%  das pessoas desse grupo já utilizam a profilaxia. De 2017 a 2018, os casos de infecção por HIV caíram 18%.

O método preventivo também contribui para o controle da transmissão materno infantil. Uma mulher que vive com HIV e realiza acompanhamento médico regular pode ter filhos sem que haja risco de transmissão vertical do vírus. O Ministério da Saúde oferece um certificado aos municípios que atinjam a meta zero de transmissões. São Paulo, há duas semanas, recebeu o certificado, tornando-se a terceira cidade brasileira a alcançar tal feito. As outras duas foram Curitiba e Umuarama, ambas no Paraná.

O mutirão do HC de testagem rápida para detecção do vírus HIV acontecerá no Largo da Batata, próximo à estação Faria Lima do Metrô, entre 10h e 17h.

Ouça a entrevista na íntegra no player acima.


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