Discutir a diversidade étnico-social é fundamental para que a sociedade entenda suas demandas e procure reduzir a desigualdade entre os grupos que a compõem. Para estimular esse debate, o USP Analisa desta semana recebe o docente da Escola de Comunicações e Artes da USP, Ricardo Alexino Ferreira.
Ferreira, que também é apresentador do programa Diversidade em Ciência, da Rádio USP, faz uma análise sobre terminologias ligadas a grupos identificados por ele como socioacêntricos. O termo socioacêntricos foi criado pelo professor durante sua livre-docência para contemplar grupos que nunca estão no centro das atenções, independentemente da quantidade de pessoas que os integram ou do poder econômico de seus membros.
“Você tem, por exemplo, o segmento LGBT, hoje, principalmente pegando gays e lésbicas que têm às vezes um poder de compra que a publicidade tem descoberto. Você tem uma classe média em ascensão, então a questão econômica não é mais o ponto central desse debate”, explica ele.
O docente também reforça a importância do cuidado com o uso de determinadas terminologias pelos comunicadores, já que podem reforçar estereótipos. “O século 21 começa com uma preocupação que eu acho muito boa, que seria a preocupação com as terminologias. Porque a palavra não é apenas uma palavra, ela é carregada de significados. E aí há um resgate da cidadania”, afirma.
O USP Analisa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto.