Nayara Santos é pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, em São Paulo. Ela está trabalhando na área de Biologia Estrutural no Departamento de Fisiologia Molecular e Física Biológica da Universidade da Virgínia (UVA), nos Estados Unidos. Sua pesquisa é sobre as proteínas humanas envolvidas no processo de restrição do vírus HIV. “Tenho aprendido novas técnicas e métodos de trabalho e já pude adquirir novos conhecimentos em termos de estudo de proteínas.”
Assim como Nayara, Flávio Mesquita também está realizando sua pesquisa na universidade norte-americana. “Meus orientadores possuem um grande nome na área e muito conhecimento, então cada reunião ou discussão científica acaba se tornando um enorme aprendizado. A universidade nos proporciona uma incrível infraestrutura, o que facilita muito nosso trabalho.”
Mesquita participa de uma pesquisa na área de Microbiologia e tenta entender quais são os possíveis genes das células hospedeiras que facilitam com que o RNA mensageiro do vírus HIV seja exportado do núcleo para o citoplasma da célula nas suas diversas formas, resultando na expressão de várias proteínas do vírus pelo rearranjo do seu material genético. Ao entender como o HIV infecta uma célula, seus estudos de irão agregar mais informações para ajudar na compreensão da doença e, potencialmente, novas formas de tratamento. “A ciência é feita de pequenas informações que, juntas uma das outras, ajudam a entender um processo fisiológico ou curar uma doença”, lembra.
Essas pesquisas são resultado de um convênio entre o ICB e a Faculdade de Medicina da Universidade da Virgínia. A parceria começou em março deste ano e prevê o intercâmbio para quem está na pós-graduação. Desde então, um grupo de estudantes tem desenvolvido suas pesquisas nos laboratórios da instituição norte-americana.
A primeira turma chegou aos Estados Unidos em julho e os resultados dessa parceria já começaram a aparecer. O professor Thiago dos Santos Moreira, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB, coordena o convênio no Brasil. Ele contou que, segundo um parecer do coordenador do acordo pela Universidade da Virginia, Zygmunt Derewenda, os doutorandos brasileiros são alunos acima da média.
A troca de conhecimento é, segundo o professor Moreira, o principal objetivo do convênio. “A expectativa é que eles possam implementar no ICB tudo o que aprenderam lá, além de motivar outros alunos a participarem do intercâmbio. A UVA é uma universidade de peso, e o aprendizado que eles vão ter, de trabalharem em laboratórios renomados, só ajudará a fomentar as pesquisas no Brasil.” Outros dois alunos estão participando do intercâmbio na Universidade da Virgínia.
O próximo processo seletivo deve ocorrer no final do ano, quando uma nova turma passará por entrevistas em português e inglês, com ambos os coordenadores do programa, e, em seguida, entrevistas por Skype com o supervisor do laboratório que desejam trabalhar durante o intercâmbio.
Da Assessoria de Comunicação do ICB.