Dentre as cerca de 40 mil revistas científicas que existem no mundo atualmente – das quais cerca de 33 mil são em língua inglesa ‒, a mais antiga é a Philosophical Transactions of the Royal Society of London (Transações Filosóficas da Sociedade Real de Londres). “Esse título só pode ser compreendido se entendermos por ‘transações’ a troca de informações e experiências entre os cientistas, que era a principal função da sociedade real de Londres”, diz o professor José Eli da Veiga. Segundo ele, os termos transações filosóficas não têm a ver com o que se entende hoje por filosofia. “Na verdade, se remete ao que eles chamavam de filosofia natural”, descreve, ressaltando que a publicação mudou sua forma original.
A grande mudança da publicação inglesa, como conta Eli da Veiga, ocorreu em 1832, quando foi decidido que todo o material submetido à revista deveria ser revisto por pares. “Inaugurou-se ali o peer reviewed, que até hoje é característica nos periódicos que podem ser considerados científicos”, ressalta. Na mesma época, ficou decidido que a publicação passaria a ter dois lados: A, para física e matemática, e B, para ciências da vida. “A revista foi todo o tempo deficitária e sustentada pela Sociedade Real de Londres e isso começou a mudar somente na década de 70 do século passado”, lembra o colunista. A publicação foi ultrapassada por outras revistas, como a Nature, que possui características comerciais.
Ouça no link acima a íntegra da coluna Sustentáculos.
Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
.