Mercosul e UE finalizam acordo

Os professores Pedro Dallari e Simão Silber comentam o novo acordo entre Mercosul e União Europeia e quais serão as mudanças que os blocos enfrentarão

 26/07/2019 - Publicado há 5 anos
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Em tempos de globalização, as parcerias e os acordos comerciais entre países estão cada vez mais valorizados. Recentemente, comemorou-se — até com um certo alarde — a finalização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Esse acordo estava há décadas para ser concretizado.

A União Europeia é a segunda maior parceira comercial do Mercosul. Só no ano de 2018 foram movimentados mais de US$ 100 bilhões no comércio entre os dois blocos. Esse acordo se coloca como o segundo maior do mundo em relação ao PIB somado de seus participantes, atrás apenas do PIB do acordo entre a União Europeia e o Japão.

Por outro lado, ao mesmo tempo que vemos parcerias sendo fechadas, temos também rixas crescentes, como as disputas comerciais entre Estados Unidos e China, por exemplo. Além do mais, não é apenas a questão puramente econômica que deve ser colocada em uma mesa de negociação ou na formalização de parcerias. Questões sociais e do meio ambiente também precisam ser levadas em consideração.

Mas o que essas parcerias realmente significam? Qual o papel do Brasil nesse mundo globalizado?

Programa Diálogos na USP sobre Parcerias Globalizadas entrevista os professores Pedro Dallari e Simão Silber, com apresentação de Marcello Rollemberg – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Para responder a essas e outras perguntas sobre Parcerias Globalizadas, o Diálogos na USP recebeu Pedro Dallari, professor do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP e colunista da Rádio USP e Simão Silber, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, especialista em Economia Internacional.

Simão Silber comenta que o anúncio da aliança foi uma novidade por diversas razões e, do ponto de vista do Mercosul, será o primeiro grande acordo com países desenvolvidos, o que significa maiores mudanças para o bloco sul-americano. Por outro lado, para a União Europeia as vantagens não são evidentes, mas nota-se um interesse em abrir pontes para o agronegócio.

O professor Pedro Dallari explica que essa relação é um processo e que os atuais textos publicados são ainda para fins informativos, podendo haver alterações no futuro. Os países se unem em blocos com a finalidade de derrubar barreiras alfandegárias e, com esse acordo, serão 770 milhões de pessoas dividindo o mesmo espaço de integração comercial, fortalecendo ambas as economias.

Conflitos surgirão e terão que ser administrados, já que os países europeus são mais desenvolvidos nos quesitos sociais e ambientais. Reforma da Previdência e cumprimento integral do Acordo de Paris — que discute mudanças climáticas — são algumas das exigências para que os países do Mercosul se encaixem no padrão global e participem desse ambiente competitivo.

Os professores comentam também sobre educação e universidade. Acreditam que, no Brasil, há um grande privilégio proporcionado pelo setor público, que oferece educação de qualidade para todos desde pessoas pobres até as mais ricas. Com isso, cria-se uma elite pensante, considerada aquela que discutirá os problemas do mundo e pensará em soluções.

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