Em São Paulo, USP tem clínica odontológica voltada para adolescentes

Atendimentos na Faculdade de Odontologia (FO) vão dos 10 aos 20 anos

 23/07/2019 - Publicado há 5 anos
Odontohebiatria é uma área da odontologia que tem como foco o tratamento bucal dos adolescentes – Foto: Divulgação/FO

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Odontohebiatria. O nome não é popular, mas o público de interesse nessa área da odontologia é grande. Ela integra a odontopediatria com a atuação voltada para o atendimento do adolescente. Justamente por se tratar de uma fase de transição, muitas vezes, o jovem fica sem referência na procura pelo tratamento odontológico. Desde 2003, a Faculdade de Odontologia (FO) da USP, em São Paulo, tem a Clínica de Adolescentes (Odontohebiatria).

“Ela foi criada para suprir uma necessidade que vinha de uma forma direta da odontopediatria. Os pacientes cresciam e além de sobrecarregar a clínica, eram pessoas que tinham necessidades diferentes e precisavam de um lugar apropriado”, conta a professora Mariana Minatel Braga Fraga, do Departamento de Odontopediatria da FO e professora responsável pela Clínica de Adolescentes.

A abordagem do adolescente apresenta uma certa complexidade, devendo englobar o indivíduo como um todo, como também levar em consideração as mudanças inerentes a essa faixa etária, que ocorrem em diferentes âmbitos.

O atendimento é realizado por três níveis de estudo na FO: alunos de graduação, especialização e atualização. Durante o período de clínica, os pacientes são divididos conforme seu grau de complexidade e cada grupo atende casos compatíveis com seu grau de formação.

Segundo a professora Mariana, durante suas aulas, ela busca apresentar a odontohebiatria em três pilares. Ela afirma que é necessário se atentar para os aspectos psicológicos, éticos e biológicos, visando sempre a melhor forma de deixar os pacientes saudáveis, confortáveis e seguros.

Os aspectos psicológicos tendem a ser os mais desafiadores. Por ser uma fase difícil, na qual muitos pais enfrentam problemas com o comportamento, é essencial que o profissional se mantenha paciente e tenha jogo de cintura.

Ela explica que, além disso, é necessário prestar atenção quanto ao linguajar usado. “Às vezes, utilizamos uma linguagem semelhante à usada para as crianças e o adolescente pode se sentir infantilizado. Esse cuidado deve ser tomado em especial por nós odontopediatras, pois é um erro comum de cometermos.”

Em questão aos aspectos éticos, é importante se atentar para alguns preceitos. Em suas aulas, a professora discute com os alunos sobre a presença dos pais em consultório ou durante procedimentos. Alguns lugares têm regras próprias que norteiam esse atendimento. Por exemplo, na Clínica de Adolescentes da USP, quaisquer procedimentos realizados em pacientes menores de 18 anos devem ser acompanhados pelos pais.

O terceiro aspecto levantado pela professora é o biológico. Existem algumas ocorrências mais comuns na adolescência, principalmente relacionadas à rupturas ou alterações em hábitos de higiene, como, por exemplo, a ocorrência de gengivite e cárie dentária.

Os altos níveis hormonais, comuns na adolescência em função da puberdade, podem exacerbar as respostas inflamatórias durante essa fase, mas tudo poderia ser evitado com a escovação correta. Sem o biofilme dental (placa dentária) não tem como ter a gengivite.

Por outro lado, um adolescente que passou toda a infância sem ter cárie, em função do descuido com a higiene, pode na adolescência manifestar os primeiros sinais clínicos dessa doença. “Eles têm um retorno mais exacerbado a alguns estímulos, mas tudo poderia ser evitado com a escovação correta. Para que ocorra alguma complicação é necessário que antes haja uma placa”, explica Mariana.

O principal objetivo da Clínica de Adolescentes é o atendimento odontológico integral do jovem. Os pacientes são acompanhados pelos profissionais desde os 10 anos de idade, quando saem da Odontopediatria, até alcançar a fase adulta, 20 anos.

Durante esse período, a frequência com que eles comparecem à Faculdade de Odontologia é definida de acordo com as necessidades que apresentam, podendo variar de consultas semanais até anuais, dependendo do estado de saúde e risco de desenvolver doenças bucais. Em casos menos complexos, o paciente vem no mínimo uma vez ao ano.

A assistência odontológica na FO ocorre de segunda a sexta-feira, das 7 às 23 horas, e aos sábados, das 7 às 12 horas. Os atendimentos são gratuitos, exceto as próteses e outros serviços que têm custo de laboratórios.

Para informações, ligue (11) 3091-7418 ou envie e-mail para apoiopacientefo@usp.br e para esses mesmos contatos nos finais de semestre (junho/dezembro), para obter informações sobre inscrição e o(s) tratamento(s) que possam ter vaga.

Programa de Atualização

A Clínica de Odontohebiatria funciona associada a um Programa de Atualização em Nível Clínico nessa mesma área. Essa clínica realiza o atendimento integral do adolescente, dos 10 aos 18 anos, buscando suprir todas as necessidades relativas à área odontológica por eles apresentadas e tendo, portanto, um caráter multidisciplinar, incluindo em seu quadro profissionais de diversas especialidades.

Além do diagnóstico de doenças bucais, aspectos oclusais, identificação de quadros de disfunção temporomandibular (DTM), também são alvos de atenção dos profissionais da Clínica de Odontohebiatria. A grande procura pelo serviço proporciona uma gama de diversas condições clínicas.

Para os interessados em aprofundarem-se um pouco mais na Odontohebiatria, as inscrições para o Programa de Atualização são abertas sempre em janeiro e as atividades ocorrem de fevereiro a dezembro. Quaisquer dúvidas podem ser enviadas para o e-mail mmbraga@usp.br.

Da Assessoria de Comunicação da FO


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