Problemas na tireoide aumentam risco de aborto espontâneo

Cansaço e alterações do ritmo cardíaco, de pele e cabelo podem estar relacionados ao hipotireoidismo

 16/05/2019 - Publicado há 5 anos
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jorusp

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Arte: Caio Vinícius Bonifácio/Jornal.usp.br

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A próxima semana é de conscientização e detecção do câncer de tireoide, com o tema Tireoide e Gravidez. Esse câncer é um dos mais comuns na região da cabeça e pescoço.  A incidência da doença, que geralmente tem causa genética, aumentou em 10% na última década. Durante a gestação, existem algumas mudanças fisiológicas que influenciam o funcionamento da glândula tireoide.

“O mais importante dessa semana para a sociedade brasileira é falar das doenças que podem levar ao mau funcionamento da glândula tireoide na gestação e que tem influência no desenvolvimento do feto”, afirma Flavio Hojaij, do Laboratório de Anatomia do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP e cirurgião de cabeça e pescoço. Ele complementa que o hipotireoidismo na gestação pode gerar consequências para as crianças e também para a mãe.

Quem tem hipotireoidismo ou hipertireoidismo tem maior chance de ter um aborto espontâneo. Além disso, pode trazer um problema para o desenvolvimento do feto, principalmente no quesito imunológico. O especialista aconselha prestar atenção na função da tireoide antes da gestação. Se for boa, o médico pode ter uma visão mais aprofundada. Agora, se a função já apresenta alguma deterioração, é importante que seja bastante observada e monitorada durante a gestação. “Não é que a gestação é pior para os nódulos da tireoide. É um problema para o feto.”

Hojaij afirma que tumores, de maneira geral, são raros. Caso a gestante tenha tumor de tireoide, é preferível não abordar essas lesões antes da resolução, porque fazer uma operação durante a gestação é sempre um risco: risco para a gestação, risco para o feto. “Entretanto, se for um tumor que causa agressividade, talvez a gente tenha que fazer uma abordagem cirúrgica.” Nesse caso, o tratamento será feito preferencialmente no segundo trimestre de gestação, entre o terceiro e o sexto mês, porque é o período em que o risco de aborto ou parto prematuro é menor.

De acordo com o cirurgião, 60% da população pode ter alteração no seu parênquima, e 10% teriam alteração de funcionamento da tireoide. Desses 10%, algumas pessoas não apresentam sintomas e acabam por constatar o problema em laboratório. Mesmo assim, vale a pena prestar atenção em alguns fatores: cansaço, alteração do ritmo cardíaco e alterações de escamas (pele, cabelo), pois podem estar relacionados com o hipotireoidismo.

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